Paulo Alexandre A Câmara Municipal iniciou no passado dia 13 de Julho, o processo de expropriação dos antigos armazéns na Rua D.Pedro V, em Alcobaça, propriedade do empresário Salvador Maia. Segundo explicou o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, ainda prosseguem as negociações com o proprietário dos armazéns, como obriga a Lei, adiantando que a expropriação a avançar será «semelhante ao processo ocorrido com os terrenos da Via de Cintura Interna (VCI)». A expropriação com “carácter de urgência” deverá custar aos cofres de Alcobaça cerca de 800 mil euros.
Para além da requalificação do espaço hoje ocupado pelos imóveis devolutos e em ruína, a Câmara anunciou, de novo, que pretende mudar a sede da Junta de Freguesia de Alcobaça para a antiga casa dos Magistrados, localizada junto ao Tribunal Judicial. A intenção foi, de resto, manifestada quase no início deste mandato mas ainda não se concretizou porque, segundo o autarca, o «processo de negociação com o Estado está a decorrer de forma muito lenta». Os antigos armazéns, propriedade do empresário Salvador Maia, detentor de vários outros imóveis na área do centro histórico de Alcobaça, são alvo de negociações entre a Câmara e o alcobacense, há vários anos. Chegou a apontar-se a permuta de terrenos como uma saída para acabar com aquele cenário à porta do Mosteiro, património da UNESCO, mas o valor da troca não agradou ao empresário. Apesar do mau estado dos edifícios, que muitos alcobacenses apontam como um foco criador de ratos e ratazanas, numa zona recentemente requalificada e sob a jurisdição de entidades que determinam o que pode ou não ser ali construído, Salvador Maia sempre alegou que se esforçou, desde os anos 70, para resolver o assunto, apresentando diversos projectos de urbanização para o local. Todos foram chumbados pelo antigo IPPAR (IGESPAR). A intenção da Câmara Municipal de Alcobaça é instalar no lugar dos armazéns em ruína um espaço de jardim, que se situará entre o rio Alcoa e a rua D Pedro V. O executivo camarário pediu, entretanto, ao arquitecto Gonçalo Byrne que projectasse um espaço verde para a beira-rio que dê ainda mais destaque ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. O assunto da expropriação dos antigos armazéns na Rua D. Pedro V, em Alcobaça, foi à reunião de Câmara e mereceu o voto contra do vereador da CDU no executivo camarário. O vereador Rogério Raimundo justifica-se com o facto de se estar na recta final do mandato de Gonçalves Sapinho, alegando que a «decisão já deveria ter sido tomada há doze anos e não agora, a três meses das eleições autárquicas».
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