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“Tenho toda a vontade em colaborarpara o desenvolvimento do nosso concelho”

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Mafalda Tavares, vice-presidente da CMN afirma: Entrevista de Tânia Rocha Região da Nazaré – Qual é o balanço que faz do seu mandato, nos períodos antes e depois de ser vice-presidente? Mafalda Tavares – Faço um balanço positivo. Comecei como vereadora a meio tempo, poderia ter passado a tempo inteiro, logo no início, mas não […]
“Tenho toda a vontade em colaborar<br>para o desenvolvimento do nosso concelho”

Mafalda Tavares, vice-presidente da CMN afirma: Entrevista de Tânia Rocha Região da Nazaré – Qual é o balanço que faz do seu mandato, nos períodos antes e depois de ser vice-presidente? Mafalda Tavares – Faço um balanço positivo. Comecei como vereadora a meio tempo, poderia ter passado a tempo inteiro, logo no início, mas não o fiz por uma razão pessoal. Tinha aberto um escritório há poucos anos, e como tal, fidelizei muitos clientes e custava-me imenso estar a largar a minha profissão, por isso fiquei a meio tempo, pensando que conseguiria conciliar as duas coisas. No entanto, acontece que a meio do mandato surgem algumas conturbações. O presidente, aquando da exoneração do engenheiro Reinaldo, atribuiu-me a vice-presidência, ainda a meio tempo. Tentei dividir-me, mas foi impossível, tive de tomar uma decisão. Por muito que me custasse largar o escritório, antes de mais eu assumi uma missão. Quando entrei na lista, sabia a obrigação que tinha para desempenhar e sabia que havia pessoas, nomeadamente os eleitores, que votaram e acreditaram em nós. Eu tinha essa obrigação, enquanto cidadã e enquanto munícipe do concelho da Nazaré. Não podia abandonar o barco a meio, e por isso, fiz a minha opção, passando a tempo inteiro. Quando sinto que não estou a fazer as coisas ao meu agrado, ou quando sinto que não consigo fazer o que eu quero de forma bem-feita, pelo menos em meu entendimento, eu não faço. Como não estava a conseguir conciliar as duas coisas, só tinha de tomar essa decisão. Terminei os processos que tinha em mãos, suspendi a minha inscrição, e após pouco menos de um mês, passei a tempo inteiro na Câmara Municipal. Assim, já consegui dedicar-me completamente ao cargo. Foi uma situação que me deixou mais calma, em relação aos meus clientes, porque terminei os julgamentos que tinha em mãos, e em relação à missão que me tinha proposto, porque agora consigo dedicar-me totalmente. Fiz isto com o risco de a Câmara cair no dia seguinte, porque durante um tempo, estive sozinha com o presidente. Agi de acordo com a minha consciência e se fosse hoje, faria o mesmo.

R.N.- Qual era essa missão? Está a conseguir concretizá-la? M.T.- Sim, e depois de ficar a tempo inteiro ainda mais. A minha missão era, e continua a ser, a de trabalhar com a Câmara em tudo o que fosse benéfico para o concelho, desempenhar os projectos e concretizar todos os objectivos a que nos propusemos. R.N. – Nessa altura de instabilidade, porque é que não foi decidido haver eleições antecipadas? Como conseguiram dar a volta à situação e arranjar a maioria? M.T. – Quem sempre falou nisso foi a oposição. A oposição se quisesse podia tê-lo feito, porque tinha a maioria, nós éramos apenas dois e eles eram cinco. Se eles queriam, tivessem-no feito. Nós tínhamos uma missão, comprometemo-nos, por isso não íamos desistir, nem abandonar o barco. Estávamos a conjugar esforços e a lutar pela mesma causa que nos tínhamos proposto no início. Se alguém queria que a Câmara caísse, que o fizesse. Nós lutámos até conseguir levar os nossos objectivos por diante. Eu luto, continuo a lutar, e dou o meu contributo e, mais atraso menos atraso, sinto-me de consciência tranquila. R.N. O que foi feito neste mandato, de mais relevância, no âmbito dos pelouros que assume?M.T. – A nível de obras públicas, que eu só assumi na segunda fase, houve muitos investimentos, não só por minha causa, obviamente, mas foi com muito orgulho que vi ser inaugurada a nossa Biblioteca Municipal. A nível do pessoal, entrou em vigor uma nova legislação, que nos fez surgir diversas dificuldades, tanto para o pessoal, como para mim, porque tive de tomar decisões algo complicadas e tentar esclarecer os próprios funcionários acerca dessas alterações. Houve muita coisa que aumentou a nível de dificuldade, mas também para melhoria. Ao nível do ambiente, também é um pelouro muito importante. Neste âmbito temos, por exemplo, a proposta de candidatura para a requalificação do aterro, a constante manutenção e requalificação dos espaços verdes, os novos projectos, tais como, o novo “Jardim da Cerâmica”, entre outros, a própria praia e as imensas actividades que desenvolvemos com as crianças no âmbito da “Bandeira Azul”, e ainda, com a biblioteca de praia, etc…Na parte da acção social, podemos destacar o Gabinete de Apoio às Famílias, onde as famílias são orientadas para que haja um novo acordo entre eles e os bancos, devido ao crescente endividamento. A acção social evoluiu imenso, no combate à pobreza, com os apoios que damos, nomeadamente, às crianças e às famílias com problemas, com a entrega de casas para habitação social e também, não posso deixar de realçar, que foi neste mandato que se avançou bastante com a Área de Localização Empresarial de Valado dos Frades, através do contributo e da acção da Empresa Municipal “Nazaré Qualifica, E.M.”, da qual eu sou presidente do Conselho de Administração. R.N. – O que é que o concelho da Nazaré ganhou com a sua eleição? M.T. – Não foi só com a minha eleição, foi com a formação de um grupo de trabalho que se foi criando. Está constituído um grupo que não é aparência. Aquilo que levamos às reuniões de Câmara são propostas constituídas e discutidas pelos quatro, em equipa. Existe actualmente uma união e eu acho que esta união faz a força. Quando quatro pessoas, que neste momento estão com pelouros, conseguem chegar a um entendimento, isso faz com que o concelho evolua e haja estabilidade, e com isso, o concelho ganha. Nem sempre estamos de acordo, mas conseguimos sempre chegar a um consenso. Havendo uma estabilidade são postos em prática os projectos que nós idealizamos, embora as pessoas ainda não vejam alguns deles no “terreno”, sendo essa a minha frustração, mas nós estamos a trabalhar nisso. R.N.- Acha que foi devido à exoneração do ex-vice-presidente, e a consequente formação deste grupo de trabalho, que possibilitou o arranque dos grandes projectos de que se fala? M.T. – Essa avaliação não me cabe a mim fazer, mas sim à população que, com certeza terá uma ideia formada sobre esse assunto. O que é importante é que esses grandes projectos se concretizem. É nisso que estamos a trabalhar! R.N. – Acha que há tentativas de bloqueio no executivo da Câmara Municipal? M.T. – Sinceramente acho. R.N. Porquê? M.T. – Geralmente a oposição acusa o presidente, que é quem dirige as reuniões e faz a leitura das propostas, de impor as propostas, e quando não concorda, de fazer propostas alternativas. É um facto, quando ele não concorda faz propostas alternativas, mas antes disso, o presidente tenta que haja um consenso. O que acontece, e já aconteceu muitas vezes, é o presidente alterar as suas propostas, porque a oposição não concorda com um ou outro ponto. Depois de muita discussão são votadas por unanimidade. No entanto, quando é ao contrário, os vereadores da oposição não aceitam que nós dêmos algum contributo para modificar alguma coisa da proposta, e isso obriga-nos a fazer propostas alternativas. R.N. – Quando vota as propostas, vota de acordo com a sua consciência ou por lealdade ao presidente? M.T. – Primeiro voto pela minha consciência, até porque já conheço as propostas antes de serem apresentadas na reunião, portanto muitas das coisas já conheço e quando não concordo com algum ponto, falo com o presidente antes da reunião. Portanto, voto sempre em consciência, mas obviamente que também existe uma questão de lealdade, contudo se alguma coisa fosse contra os meus princípios eu nunca o faria. R.N. – Considera que há um trabalho em conjunto com todo o executivo nas questões fundamentais? M.F. – Eu quero acreditar que a oposição também se preocupa com os grandes projectos, se eles votam a favor, é porque também querem esses projectos. Uma coisa que eu não entendo é quando se fala em paternidade de propostas, acho um bocado ridículo. Por exemplo, toda a gente já pensou na Marina, a Marina já é pensada há muito tempo, de uma maneira ou de outra, já é pensada. Acho que o contributo de todos é importante, por isso, penso que se não houvesse votações, neste campo por unanimidade, significaria que eles não estavam de acordo, mas como há, quero acreditar que estão. R.N. Quais são as consequências que estes grandes projectos de que se fala vão trazer para a Nazaré? M.T. – A minha esperança é que tragam benefícios a todos os níveis, a nível social e económico, ao nível do turismo e até ao nível populacional. Eu tenho esperança e estou a trabalhar para que isso aconteça, mas é claro que ninguém sabe o futuro, mas eu acredito nisso, e se não acreditasse, não estaria aqui a defender esta causa. Defendo isto com convicção. R.N. – Na sua opinião, o que é que mudou ou foi transformado nestes quatro anos? M. T. – Penso que houve uma projecção muito grande do concelho. A Nazaré já era conhecida, mas penso que agora é mais. Não digo que isto é só mérito das pessoas que chegaram agora, há um trabalho que já vem detrás, no entanto, parece-me que só agora, isso veio ao de cima. Por exemplo, tem havido um grande contacto com as embaixadas, e foi a partir daí que se conseguiu o contacto para o Hospital Israelita. Acho que esta projecção a nível mundial, vai trazer consequências a todos os níveis para o concelho, e isso é uma grande evolução. A nível social foi feito um grande progresso. Como exemplo disso, temos a Universidade Sénior, que é das que têm tido maior sucesso a nível nacional e isto deve-se, não só ao apoio e à iniciativa que houve inicialmente, mas principalmente à adesão da população em geral, que tem demonstrado grande interesse em continuar. A população tem-se mostrado muito activa. A este nível temos também o cartão +60, com todos os esforços que a autarquia tem feito ao nível, por exemplo, de transportes para que todas estas iniciativas sejam possíveis. A Nazaré evoluiu muito. R.N. – Quais são os pontos fortes e pontos fracos do seu desempenho? Como se avalia? M.T. – Como disse há pouco, sou fiel aos meus princípios. Quando acho que tenho uma missão para cumprir, tenho de a cumprir, porque não fico com a minha consciência tranquila se não o fizer. Tento conjugar todos os esforços e resolver ao máximo tudo o que tenho para resolver. Tudo o que surge, todos os dias nesta casa, é um desafio para mim, são muitas coisas novas. Uma das minhas fortes características, é tentar resolver sempre os problemas, atendendo e tentando ajudar sempre as pessoas. No entanto, por vezes as pessoas pensam que a Câmara é a solução para todos os problemas, e que temos aqui uma varinha mágica, mas isso não acontece, o que muitas vezes, também é frustrante para nós. R.N. – Quer continuar como membro do executivo na Câmara Municipal? M. T. – Se as condições que me proporcionarem forem semelhantes às que eu tenho agora, esta estabilidade, este trabalho conjunto, estes projectos, tenho sinceramente toda a vontade em colaborar para o desenvolvimento do nosso concelho. Gostaria de levar tudo isto até bom porto e até ao fim, já que muitos projectos estão a meio no percurso. R.N. – Essas condições resumem-se em ser o número dois na lista do actual presidente? M.T.- Não sei, não faço ideia e não me prenuncio sobre isso. R.N.- Mas vai pertencer à lista do presidente? M.T. – Não sei, até porque o próprio presidente ainda não manifestou a vontade dele em se candidatar. Formalmente, ele ainda não o disse, e eu também não me prenuncio quanto a isso. A minha vontade é trabalhar. A minha vontade é continuar a trabalhar, se tiver todas as condições e se acharem que o meu contributo é importante. Aprendi e cresci muito ao longo deste mandato, sinto-me muito mais preparada agora do que há quatro anos atrás. R.N. – Quais são essas condições a que se refere? M.T. – É a estabilidade, o trabalho de equipa, é um grupo de trabalho que trabalhe efectivamente. R.N. – Refere-se aos elementos que o presidente possa vir a escolher? M.T. – Sim. Que o presidente escolha e, principalmente, que todos juntos se entendam. R.N. – O que mais gostaria de fazer se tivesse oportunidade? M.T. – As funções que em tenho desempenhado agradam-me. É muito trabalho, muitas reuniões, muitos compromissos, mas tudo isto agrada-me. Pela inerência do cargo de vice-presidente, já tive contacto directo com todos os pelouros, mesmo os que estão com o presidente. Há uns que me agradam mais do que outros, mas já contactei com todos. Todos os pelouros dão-me ânimo, porque todos visam trabalhar em prol do desenvolvimento do concelho. R.N. – Acha que a comunicação social a trata de igual forma, em relação aos outros membros do executivo? Qual é que é a sua opinião sobre isso? M.T. – Não me preocupo muito com isso. Preocupo-me em trabalhar, em desenvolver os projectos, em colaborar em tudo o que for necessário, e estou sempre disponível. Se calhar peco por não aparecer tanto, mas isso acontece também por minha culpa, não por culpa da comunicação social. Não acho que a comunicação faça distinções, ela é isenta. É essa a ideia que eu tenho da comunicação social, e como tal, não me sinto nada menosprezada, nem beneficiada. R.N. – O que acha que a população pensa de si, enquanto política? M.T. – Melhor que eu, só as próprias pessoas é que saberão dizer, mas aquilo que me dizem é que me acham muito nova para ter um cargo como este. Mas referem-no de forma positiva, com elogios e com muitas manifestações de apoio. Eu facilmente falo e convivo com as pessoas. Penso que as pessoas têm uma boa imagem de mim, mas isto é o que eu acho. Sei que não conseguimos agradar a toda a gente. As pessoas que eu conhecia do concelho, penso que a opinião delas em relação a mim continua igual, porque eu não mudei, sou quem sou e continuarei a sê-lo, e as que não conhecia e passei a conhecer, mais divergência, menos divergência, sempre nos tratamos com respeito e cordialidade. R.N. – O exercício na política começou com este mandato? M.T. – Não. Fui candidata na lista do PSD à Junta de Freguesia de Valado dos Frades, no mandato anterior a este, como terceira, ficando na Assembleia de Freguesia os quatro anos, antes de entrar na lista da Câmara. R.N. – Quer acrescentar mais alguma coisa? M.T. – Penso que não.

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