Tânia Rocha Decorreu no Cine-Teatro da Nazaré, no dia 16 de Maio, uma acção de sensibilização da PSP sobre alguns contos do vigário, interpretados pelo Grupo de Teatro do Centro Cénico da Cela. Foram representados quatro peças: “Gato por lebre”, “O falso técnico”, “O bom samaritano” e “O carteirista”, de forma a mostrar ao público presente, como lidar com situações semelhantes e o que fazer no caso de serem vítimas de burlões. No caso do conto do vigário “Gato por lebre”, tudo pode começar com um telefonema de uma empresa, real ou não, em que a pessoa que contacta diz ao indivíduo que atende o telefonema, que ganhou um determinado prémio e que deve levantá-lo num determinado local. O sorteado normalmente vai ao local buscar o referido prémio, onde é depois aliciado para adquirir um produto, normalmente de um valor elevado. Após grande persuasão do vendedor, que divulgou maravilhas do produto, com o pretexto que vai resolver grandes problemas, os sorteados geralmente assinam um contrato de compra a crédito e fornecem os seus documentos e número de conta. Muitas vezes são apresentadas facilidades de pagamento, mas ao fazer-se as contas cuidadosamente, constata-se que vão pagar o mesmo valor, e em alguns caos, chega-se a pagar ainda mais caro, sem se ter a noção disso.
Após a representação da cena, um agente da PSP sugeriu que caso alguém assine um documento deste tipo, deve exigir sempre uma cópia do documento, dá-lo a ler a outra pessoa, ou então, não assinar logo o contrato, de modo a estudar a compra mais pormenorizadamente. Outro dos actos foi “O falso técnico”, que consiste, normalmente, na visita de um alegado agente de uma determinada instituição, que vem averiguar uma situação. Neste caso concreto, um alegado funcionário da Segurança Social foi à residência de um reformado exigir a apresentação de alguns documentos de identificação para efeitos da reforma que recebe. Enquanto o reformado procura a documentação, o alegado agente rouba vários objectos, sem que a pessoa se dê conta da ocorrência. Neste caso, a PSP alerta que “qualquer alteração na pensão é sempre comunicada pela entidade por escrito e que os funcionários nunca se deslocam a casa dos utentes”. No caso “O bom samaritano”, o burlão saca informações de uma determinada pessoa, e depois usa-a para se fazer passar por um conhecido, sempre com o objectivo de conseguir algum dinheiro. Na peça representada, o burlão fez-se passar por um grande amigo do filho de um senhor que estava num café, e durante a conversa divulgou que estava a passar por uma situação muito grave, porque tinha sido assaltado e não tinha dinheiro para regressar a casa, pedindo ajuda. O pai do seu falso amigo, com receio de ser antipático, emprestou o dinheiro, mas só depois comunicou ao filho a situação, percebendo que tinha sido enganado. Por último, a representação de “O carteirista” mostrou ao público como algumas pessoas podem ser assaltadas sem darem conta disso, no meio de uma multidão ou simplesmente a andarem pela rua. Para evitar situação deste tipo, a PSP aconselhou que “as senhoras devem andar com a mala ao tiracolo, atravessada à frente, transportando só a documentação de identificação indispensável e levar somente o dinheiro necessário, dividindo-o por vários compartimentos”. Em qualquer um dos casos, os lesados devem informar de imediato as autoridades. Os alvos comuns destes golpes são normalmente idosos ou pessoas com pouca instrução, no entanto, ninguém está livre de ser confrontado com este tipo de situações. O comandante da PSP da Nazaré, Gabriel Gomes, disse que esta iniciativa tem como objectivo “dar a oportunidade de criar mecanismos de auto-defesa e dar a conhecer o que pode acontecer no dia-a-dia”. O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, reiterou os objectivos da iniciativa, agradecendo, não só à PSP a iniciativa, como também, a presença do público, afirmando que “estas situações acontecem cada vez mais, e devemos saber o que devemos e o que não devemos fazer, ao lidar com este tipo de situações”.
0 Comentários