Artesão acede a mostrar espólio até agora desconhecido do grande público David Mariano Abriu ontem, dia 26 de Maio, na Biblioteca Municipal da Nazaré (Átrio B), a Exposição “Barcos tradicionais de Pitarete” em mais uma iniciativa inserida no Mês de Maio – Mês do Mar. Esta exposição, construída a partir do espólio de José Batalha Meco (“Zé da Camila”), é composta por vários barcos em miniatura, feitos pelo artesão. A tradição de construir pequenos barcos, a partir do espigão da piteira, o “pitarete”, que abundava na encosta do Sítio, começou, ainda, durante a sua infância. José Batalha e os outros meninos, mais tarde tornados pescadores, brincavam, então, na praia, como se estivessem no mar, com os seus barquinhos de “pitarete”.
Já reformado da pesca, este artesão voltou a subir a encosta do Sítio, à procura das piteiras, e durante cerca de quatro anos, esculpiu no “pitarete” seco, com o auxílio uma pequena navalha e de uma lixa, batéis, botes, traineiras, lanchas e candis, réplicas fiéis dos barcos que tinha o tinham acompanhado, durante anos, na faina, e no silêncio do mar. Organizou, depois, um pequeno “museu” a que só a família e poucos amigos tinham acesso. Até hoje havia recusado dar a conhecer as suas obras por as considerar demasiado simples e pouco importantes para os outros. Agora, graças ao convite da Câmara Municipal da Nazaré, acedeu em mostrar parte das memórias e das brincadeiras dos antigos meninos da praia numa exposição que estará patente até ao dia 14 de Junho. “O Guardião da Memória”: exposição evocativa do Forte de S. Miguel Arcanjo Também na Biblioteca Municipal da Nazaré e entre os dias 19 de Maio e 7 de Junho, estará patente a Exposição sobre “O Forte de S. Miguel Arcanjo”, no Átrio A. A iniciativa retrata a construção deste edifício, de estilo maneirista, que teve início no reinado de D. Sebastião(1557-1578). Conta a história que o Rei determinou a construção de uma fortificação para defesa do povoado piscatório da Pederneira (1577), cujo porto escoava a madeira do Pinhal d´el Rey (pinhal de Leiria) e cujos estaleiros já possuíam importância económica de vulto na época. No âmbito do tema da Exposição, realizou-se ainda uma palestra dada pelo antropólogo Carlos Baptista (GEOTA/LeaderOeste), discursou sobre faróis, sobretudo o da Nazaré, assim como da vivência dos faroleiros. Os faróis e o dia-a-dia dos faroleiros foram o tema da palestra “Os Faróis”, realizada na Biblioteca Municipal da Nazaré, no mesmo dia em que abriu a Exposição. Carlos Baptista é igualmente autor do livro “Os Guardiães do Litoral Oeste”, escrito em 2004, onde fala dos faróis da costa da região, desde o Cabo da Roca até S. Pedro de Moel, e que “deixaram de ter uma utilidade prática para serem, hoje, objectos de decoração”, afirmou, tudo isto numa obra que serviu de base à conversa que se desenrolou no auditório da Biblioteca. Filho de faroleiros, o antropólogo, convidado da iniciativa inserida nas Comemorações do Mês de Maio – Mês do Mar, organizadas pela Câmara Municipal da Nazaré, quis, no livro e no debate, realçar, também, uma profissão que em vias de extinção: o faroleiro. “Cubo da Memória: Bacalhoeiros da Nazaré” Outras das exposições com destaque na Biblioteca Municipal da Nazaré é a Exposição itinerante do Museu Marítimo de Ílhavo, que evoca parte da grande jornada de pesca marítima ao Bacalhau, e a qual aposta em mostrar os rostos e nomes de pescadores da Nazaréque participaram nas campanhas realizadas entre 1935 e 1971. A inauguração está prevista para o próximo dia 31 de Maio e poderá ser apreciada até ao dia 21 de Junho.
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