António Salvador Vereador Dizem que este país “à beira mar plantado” está abençoado por Deus. Temos lindas paisagens, terrenos férteis, um mar maravilhoso, um clima temperado, água de boa qualidade, e uma gastronomia digna de registo. No Oeste, temos boas praias, mar, sol, serras e planícies, cidade e campo, bons produtos do mar e da terra, e um Património Cultural impar. Perante tamanha sorte e riqueza, será que vivemos felizes neste “Mundo Perfeito”? Infelizmente não… – Num “mundo perfeito”, as pessoas estariam sempre unidas e prontas para ajudar os outros, procurando soluções para tentar reduzir a pobreza e ajudar os que mais precisam (sem esperar nada em troca, por simples solidariedade);

– Num “mundo perfeito”, alguns políticos não perderiam tempo e energia a lutar uns contra os outros, à procura do poder que lhes alimenta vaidades pessoais, e que usam para vingarem antipatias, em vez de ajudarem a população; – Num “mundo perfeito”, não existiria discussão sobre “esquerda” e “direita”, pois estaríamos todos “ao centro”, isto é, concentrados em resolver, sem preconceitos, os problemas da nossa sociedade e as dificuldades da população; – Num “mundo perfeito”, existiriam menos ricos e menos pobres, existiria mais igualdade de oportunidades, mais democracia e liberdade, mas sem atropelos e com respeito, e existiria mais solidariedade social; – Num “mundo perfeito”, não existiriam “guetos” para ricos e “guetos” para pobres, pois viveríamos todos lado a lado, sem distinção, em comunidade e vizinhança, como partes de um todo; – Num “mundo perfeito”, as famílias e as escolas (pais, professores e alunos) trabalhavam em conjunto para educar os nossos filhos, num objectivo comum, de responsabilidade partilhada, construindo um futuro melhor; – Num “mundo perfeito”, eu não teria necessidade de escrever sobre isto… A culpa não é da Natureza, é dos homens. Passamos tão pouco tempo pela vida. Porque não fazemos melhor? Temos o privilégio de estar numa terra com todas as condições naturais para viver bem. Mas, há quem tudo faça para não vivermos bem… uns com os outros. Aliás, há muito quem dedique a vida a alimentar o egoísmo, a inveja e o ódio, concentrando toda a sua energia e maldade a lutar contra aqueles que consideram ser “seus inimigos”. São indivíduos que, pela guerrilha, só pretendem destruir o próximo, num ciclo vicioso sem fim à vista. Sem vergonha, sem pudor e sem razão, nada fazem de útil para podermos dizer que é importante estarem em certos lugares… Pior, com oportunismo e total desrespeito pelos outros, e invocando sentimentos que não têm, usam todos os meios para atingir os seus fins, mesmo que isso os leve a usar e abusar da infelicidade de pessoas que nos devem merecer respeito. Infelizmente, na política, essas situações vão-se repetindo. A nossa sociedade é imperfeita. Estamos longe do “Mundo Perfeito”. Ao ensinarmos aos nossos filhos o “bem” e o “mal” (o “certo” e o “errado”), temos de ter consciência de que há muito trabalho para fazer. Para bem de todos, é essa a nossa Missão!