Clara Bernardino – Directora Eles andam aí. São os “terroristas políticos”. Vão à procura de qualquer coisa que tenha acontecido na vida dos seus adversários e expõem na praça pública, à espera de colher os louros por terem denunciado “a verdade”. Mas, qual verdade? Desde que o mundo é mundo e o Homem começou a pensar, que se interroga sobre a verdade. A verdade não é um conceito fechado que só tem um lado, uma visão. Tal como quando nos vemos ao espelho e vemos duas faces, a verdade também tem dois lados e juntos formam um rosto.
Ultimamente, sempre que ligamos a televisão e assistimos a um certo noticiário, todos as notícias vão parar ao primeiro-ministro: os seus professores; os seus estudos; as suas heranças; o negócio da sua família; quanto custou a sua casa… Os seus inimigos políticos vão-se servindo dos seus aliados nos média para fazer as “tais denúncias” tenebrosas que levarão o povo a votar noutro sentido. Não se apercebem estes senhores, interessados em denegrir os outros, que o povo gosta de mártires? E que quanto mais se diz mal, mais o povo sente pena e desconfia do maledicente? Também por cá, as notícias da esquina e os ajuntamentos para “denunciar” vão acontecendo, agora, com muita frequência. A receita é simples: convida-se o povo para assistir a uma sessão de má língua pública, inflamam-se os espíritos dos mais ingénuos e ensinam-se outros a fazer confusão em dias determinados, para que toda a gente “veja” o descontentamento. E, em terras pequenas, o “jornal da caserna” e a “rádio tamanco” servem os intentos daqueles que, para brilhar, precisam de atirar lama para cima dos outros… Esquecem-se os ditos senhores que «quem tem telhas de vidro não deve atirar pedras ao vizinho»…
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