Clara BernardinoNa última reunião de Câmara, o presidente Jorge Barroso apresentou duas propostas no período antes da ordem do dia que causaram incómodo e grande discussão por parte da oposição. Em cima da mesa esteve, num primeiro momento, a proposta de criação de um gabinete de apoio às famílias em situação de crise, de acordo com o modelo sugerido pelo gabinete de Acção Social e, num segundo momento, uma moção a propósito do concurso da marina/ golfe (Nazaré XXI).
Em relação à criação do Gabinete de Apoio às Famílias, o presidente Jorge Barroso introduziu o assunto recordando que a Câmara tem um papel social muito importante a cumprir e “mais importante do que dar o peixe é ensinar a pescar”, deixando claro, no seu discurso que “o combate à crise é o combate à subsidiação”. O vereador António Trindade questionou a criação deste gabinete acusando o presidente de querer criar um pólo na Câmara que substitua o próprio governo. Segundo o vereador António Salvador, tendo em conta a situação de muitas famílias que estão endividadas o gabinete pretende fazer uma espécie de aconselhamento à melhor gestão do crédito, disponibilizando este apoio, à semelhança do que a DECO e outras associações de Defesa do Consumidor fazem em grandes cidades. Respondendo às questões levantadas por Trindade, também Barroso recordou que há famílias que estão endividadas devido a uma gestão desregrada do orçamento familiar. A intenção deste gabinete é aconselhar e encaminhar as famílias sobrendividadas, de forma a que possam renegociar as suas dívidas junto da banca bem como de outros credores e, consequentemente, ficar com mais dinheiro disponível no orçamento mensal. Este apoio será feito através da Acção Social, onde uma equipa de técnicos já existente prestará este serviço, no sentido de ajudar as famílias a gerir melhor o seu orçamento. Apesar da longa e acesa discussão, a proposta acabou por ser aprovada por unanimidade.Jorge Barroso apresentou uma moção de regozijo pelo facto de o concurso público da construção da marina e golfe ter tido um candidato admitido, o que torna a possibilidade de concretizar este projecto mais real. No texto que teve a assinatura dos quatro elementos do executivo em funções, destacava-se que apesar da crise que se faz sentir, “está a abrir-se “uma janela de oportunidades” para a Nazaré que só foi possível com esta maioria de vontades e de pessoas, quer na Câmara, quer na Assembleia”. O chefe do executivo teceu, ainda, duras críticas à oposição que ao longo de vários mandatos foi colocando “areia na engrenagem”, para que este grande projecto, ambicionado há muito, nunca passasse das intenções à realidade. Esta moção foi aprovada com os votos a favor dos seus subscritores.
0 Comentários