Carlos BarrosoO golfinho adulto que deu à costa na Praia do Norte, na Nazaré, no dia 25 de Janeiro, foi transferido para o Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Quiaios, na Figueira da Foz, onde uma equipa de biólogos e veterinários se ocupa da sua recuperação.Após o animal ter sido encontrado, foi socorrido no local pelos técnicos. Segundo o veterinário Salvador Mascarenhas, membro da equipa de socorro, o golfinho “foi tratado na praia com antibióticos, soro e vitaminas, além de terem recolhido sangue para análises com vista a identificar de que padece”, acrescentou.
Ainda segundo este técnico, familiarizado com a assistência a cetáceos que com frequência aparecem em situação de fragilidade nas praias portuguesas, o golfinho da Nazaré tem 55 quilos de peso, está muito magro e provavelmente é um macho adulto, da espécie “desfinus delfis”. “É fácil distinguir o sexo, porque os golfinhos fêmeas têm duas fendas mamárias ladeando a fenda genital. No caso deste, teve que ser por apalpação para não o virarmos de barriga para cima, o que no seu estado poderia enervá-lo e fazer piorar o seu estado de saúde”, explicou.O animal vai ficar sob observação e convalescença no Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Quiaios, que pertence à Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS), uma instituição privada sem apoios do Estado e que vive de prestação de serviços a empresas privadas para custear os seus projectos de ajuda a animais em estado de carência.Cerca de 99 por cento dos golfinhos que encalham na praia (o chamado “sindroma de arrojamento”) não sobrevivem, em qualquer parte do mundo. Em Portugal, em 2008 foram mais de uma centena as ocorrências e apenas dois se salvaram, o que mesmo assim constitui um recorde ibérico porque em Espanha apenas um sobreviveu, explicou o veterinário Salvador Mascarenhas.
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