“Ela e o Monstro” e “Adolescentes na Hora H” no dia 12 de FevereiroDavid MarianoO Cine-Teatro de Alcobaça recebe no próximo dia 12 de Fevereiro duas peças de teatro levadas à cena pela companhia Teatro O Dragoeiro, numa iniciativa dedicada especialmente ao público juvenil e às escolas. Pela manhã, às 10h, “Ela e o Monstro” adapta o famoso conto “A Bela e o Monstro” (o título não engana), numa aposta que passa pelo incentivo à leitura, a cidadania, a chamada de atenção para os problemas ecológicos, comportamentos de riscos e a importância de uma boa alimentação.

Digamos que aqui está já tudo o que adolescência mais incauta aprende a ignorar desde bem cedo, mas há mais: a peça tenta ainda mostrar como o amor vai além das aparências enganadoras e procura, no fundo, a beleza interior, num processo de descoberta do que pode ser fundamental para a vida depois da juventude (e que como sabemos implica uma certa coragem: a coragem de olhar para além do superficial).Logo depois da hora de almoço, pelas 14h, chega a vez de “Adolescentes na Hora H”, um espectáculo que, segundo, a companhia de teatro O Dragoeiro visa educar, divertindo. Parece que esta peça tem sido um sucesso junto dos adolescentes contemporâneos e não demoramos a perceber porquê: é um retrato (o narcisismo fica sempre bem nos “verdes anos”) sobre o universo da adolescência que não evita temas polémicos e delicados como a gravidez, o aborto, o amor, o hedonismo, os afectos, a depressão, as “dores de crescimento”, os conflitos parentais.Não só: a relação entre alunos e professores (que de há uns tempos para cá tem andado muito na moda), a droga (um tema recorrente nestas questões), os medos, os sonhos, os desejos, a convivência social (através dos chats e dos “Magalhães”), o divórcio, a saúde, são outras das abordagens deste espectáculo que procura desta forma desmistificar muitos dos dilemas que marcam a juventude, numa tentativa de lançar o debate e a reflexão (estará também presente um comentador e moderador especializado em teatro) e prevenir aquilo que muitas vezes nos anos de toda a fragilidade e ingenuidade se pode tornar irreparável.