Números de 2008 foram apresentados pela companhia alcobacenseTerminado o ano de 2008 a companhia S.A. Marionetas revela agora os números de sucesso: 226 espectáculos relativos a 9 produções que operaram em itinerância, passando por 53 localidades em Portugal e no estrangeiro, foram vistos durante o ano passado por mais de 26 mil espectadores, numa temporada que contou com a estreia de 3 novas produções. São números relevantes para esta companhia alcobacense que desde 1997 existe como estrutura profissional e nasceu sob o espírito de “conseguir criar uma estrutura profissional de teatro de marionetas sustentável fora dos grandes certos urbanos”.Números de sucesso que não deixam de ter uma receita de sucesso: a motivação que sempre os levou a continuar a trabalhar junto do público e dos promotores que, segundo eles, nunca deixaram de acreditar no seu projecto. 2008 fica assim para a história dos S. A. Marionetas como o melhor ano até hoje da sua história e são muitos os exemplos de peças e espectáculos que o confirmam.

Desde várias co-produções em território nacional à própria aposta na internacionalização, de exposições ao lançamento de um disco, foram muitos os motivos de celebração para esta companhia de marionetas. A lista é longa, mas merece ser assinalada: com a companhia “Marionetas da Feira” de Sta Maria da Feira, os S.A. Marionetas co-produziram o projecto “Bonecreiros da Corte” de onde derivou o espectáculo
”Princesa Lia – Tomo I” de José Gil, Rui Sousa, Sofia Vinagre e Natacha Costa Pereira.Mais tarde, com a companhia Puppetlink de Birmingham (Inglaterra), foi co-produzido “marionetas em vidro e cristal” da qual surgiu mais um projecto intitulado “Theatre of Glass”, que criou o espectáculo “Tempestade”, cuja estreia decorreu em Stourbridge (Inglaterra). Também em co-produção com o Cine-Teatro de Alcobaça, foi finalmente estreado um dos grandes projectos da companhia que há cerca de um ano esperava concretização: “A Ver Navios – no reinado de D. João VI e Carlota Joaquina” de Sofia Vinagre, Natacha Costa Pereira, José Gil e Rui Sousa (espectáculo integrado nas comemorações dos 200 anos Portugal/Brasil).No capítulo da internacionalização pode-se assinalar o convite da Punch and Judy Fellowship para apresentar o “Teatro D. Roberto” em Londres, nas comemorações de mais um aniversário do Mr. Punch, e ainda a participação de um elemento da companhia num espectáculo com a companhia Royal de Luxe (França). Sem esquecer a exposição das marionetas oferecidas pela companhia ao Museu da Marioneta de Lisboa na sua colecção permanente dedicada ao teatro de marionetas português ou a edição no final do ano do disco duplo “As Variedades de Proteu” de António José da Silva, pelo Ministério da Cultura (ópera realizada em 2005 pela S.A.Marionetas em co-produção com o Festival Cistermúsica) e que contém todo o espectáculo em áudio.Votos para 2009: realizar mais novas produções, as quais permanecem no segredo dos deuses, e organizar mais uma vez o 11.º Festival Nacional de Teatro de Marionetas em Alcobaça “Marionetas na Cidade”. Com ou sem apoios, garantem eles.Espectáculos no Museu da Marioneta de Lisboa no final de Janeiro As S. A. Marionetas vão apresentar o espectáculo “Theatrum Puparum” – “D. Inês de Castro” & “A Padeira de Aljubarrota” no Museu da Marioneta de Lisboa entre os dias 21 e 25 de Janeiro. Este é um projecto que surgiu através da ideia de criar um espectáculo de época reproduzindo a “suposta realidade” no que respeita a concepção das marionetas, assim como a tudo aquilo que as envolve: cenários, estruturas, objectos, marionetistas, iluminação e etc.São duas histórias na Idade Média de duas mulheres que aqui surgem como as protagonistas da acção: Inês de Castro e a Padeira de Aljubarrota. Neste caso, estando a companhia sedeada na cidade de Alcobaça fez para eles todo o sentido pegar em personagens que de uma maneira ou de outra fizessem parte do imaginário local e nacional. E assim, através da pesquisa em iluminuras e textos da época foram reproduzidas uma das possíveis técnicas de manipulação utilizadas: varão.A curiosidade da técnica de “marionetas de varão” está no facto desta ser a mais antiga forma de manipulação que chegou aos nossos dias em Portugal bem como a de “marionetas de luva”. Criando as marionetas com madeira e barro, recriaram-se também roupas, penteados e calçado da época para que o resultado final fosse o mais fiel possível à época. Mais: os cenários, sendo originais, recorreram ao estilo e técnicas da época e à iluminação do espaço cénico com candeias de azeite. Mais do que um meta-espectáculo de marionetas, o “Theatrum Puparum” funciona desta forma como uma companhia dentro da companhia, recriando histórias da época medieval passadas Portugal, num combate contra o esquecimento desto período da nossa história e das figuras que o marcaram.