Editorial 136O ano começa, agora, e já se adivinham muitas guerrilhas. “Ralham as comadres, descobrem-se as verdades” diz o povo na sua infinita sabedoria, baseada na experiência e na observação. Começando de cima para baixo, às relações estáveis entre o Presidente da República e o Governo parece ter estalado o verniz. Talvez a intenção fosse repetir o “déjà vu” entre o ex Presidente Sampaio e o Governo PSD, liderado por Santana Lopes, para antecipar as eleições e inverter a possível maioria relativa numa retumbante vitória rosa.
Perante as medidas duras de um governo pouco flexível e quase surdo e uma oposição que pouco ou nada se opõe, o mapa de Portugal adivinha-se rosa, de novo. Nós por cá, na Nazaré e em Alcobaça, continuamos a assistir às lutas intestinas entre quem governa e quem se lhe opõe. Mas estas guerras, não passam de tertúlias, pois as batalhas movem-se com palavras e, por vezes, com atitudes pouco correctas que até põem em causa o bom senso e o bom gosto. Tudo serve de arma de arremesso: o que se fez, o que não se fez e, sobretudo, o que se podia ter feito. A oposição aponta o dedo inquisidor aos que governam, os que governam devolvem a atitude acusando a oposição de se opor, pura e simplesmente, sem fazer críticas construtivas. Assim, espera-se um ano de má língua. Só que as sessões de “corte e costura” serão europeias, legislativas e, finalmente, autárquicas.
0 Comentários