Paulo AlexandreOs antigos armazéns do empresário Salvador Maia, na Rua D Pedro V, vizinhos do Mosteiro de Santa Maria, continuam sem solução.As portas dos antigos armazéns foram desemparedadas há cerca de dois meses e a degradação ficou visível a todos quantos passam pela rua que dá acesso à porta de entrada do Mosteiro de Santa Maria. Em substituição dos tijolos e do cimento, que suportavam as velhas paredes dos armazéns, o empresário decidiu colocar redes de ferro. Esta decisão não significou, contudo, que estivesse em vista uma intervenção definitiva no espaço ou um acordo entre o proprietário e a Câmara Municipal para acabar com o estado de ruínas do imobiliário que ocupa quase toda a rua que pode vir a ter como vizinho um hotel de luxo, a ser aprovada esta proposta para a futura ocupação do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
O proprietário terá decidido retirar os tijolos que tapavam as entradas nos armazéns alegadamente para exercer pressão para se encontrar uma solução para aquele caso. Salvador Maia não quis, no entanto, tecer quaisquer comentários sobre a decisão que tomou.O presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, garantiu, por seu lado, que neste momento não há “nem acordo, nem desacordo” com Salvador Maia, adiantando apenas que o diálogo com proprietário dos terrenos se mantém em aberto. As negociações entre o empresário e a autarquia duram há vários anos mas nunca se andou sequer perto de um acordo. Ainda durante o tempo de Rui Coelho na Câmara chegou a ser proposta uma permuta de terrenos que, na altura, o empresário rejeitou por se tratar de uma troca pouco vantajosa, ao que nos contou.Salvador Maia tem apresentado, desde os finais dos anos 70, projectos para construir habitações no lugar dos antigos armazéns mas o IPPAR chumbou-os todos por os considerar desajustados ao local e às condições do solo. Aquando da inauguração do passeio pedonal, que liga a rua das lojas à rotunda na Av. dos Combatentes, e que contou com a presença de governantes, o empresário decidiu expor todos os projectos para o local que apresentou, até à data, às diferentes entidades responsáveis pelo centro histórico, a quem cabe a última palavra sobre qualquer intervenção nos 500 metros em redor do Mosteiro, Património da Humanidade.
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