Editorial 133Finalmente, a tão desejada Biblioteca Municipal da Nazaré foi inaugurada. Uma verdadeira “enchente” de pessoas inundou as instalações a cheirar a novo. Os senhores políticos, muito enfatuadinhos, esperavam a Senhora Secretária de Estado da Cultura, para mostrar a nova Biblioteca que vai contribuir para o desenvolvimento cultural dos nazarenos e daqueles que, sazonalmente, habitam a Nazaré.

O descerrar daquela lápide foi mais do que o momento solene da abertura das portas àqueles que procuram respostas nos livros ou nas novas tecnologias: foi o momento de mostrar o que de melhor se faz na Nazaré. Em vez de um espaço novo, despido de calor humano, havia movimento, cor, luz, brilho e vida. E essa vivacidade foi criada pelo aproveitamento da “prata da casa”, como lhe chamou o presidente da Câmara da Nazaré, no seu discurso. A presença do rancho infantil e dos alunos da Casa das Artes foi lembrando a cada um que uma biblioteca não é um espaço morto onde só existem livros arrumadinhos em estantes e onde se tem que andar em bicos dos pés, mas sim um espaço dinâmico onde podemos procurar aprender cada vez mais e onde podemos levar os mais pequenos para que aprendam desde cedo que um livro é um amigo fiel que nos faz companhia, nos preenche a alma e nos leva a fazer viagens sem sair do mesmo sítio…Quem sabe, nestas estantes novas caibam outros livros que constituem o espólio do antigo centro de estudos nazarenos, que chegou a funcionar no Sítio da Nazaré. Animado ficou o povo da Nazaré, com a divulgação feita pela Secretária de Estado da Cultura: a obra das novas instalações do Museu Dr. Joaquim Manso está agendada para 2009 e o seu custo está estimado em 6 milhões de Euros. No entanto, com a crise que está à porta, será que vamos ter museu para tão breve? Enquanto não há mais lápides para descerrar e fitas para cortar, o importante é investir no capital humano e cultural da Nazaré, pois os alunos da Casa das Artes fizeram valer as suas artes e proporcionaram a todos verdadeiros momentos culturais.