Tânia RochaJoaquim Amaro Polaco, um nazareno de 70 anos, doou à Confraria de Nossa Senhora da Nazaré (CNSN) um vasto património de valor incalculável. Da doação faz parte um imóvel situado em Cascais, onde vive actualmente, e cerca de 60 peças, maioritariamente de Arte Sacra, algumas delas com vários séculos de existência. Joaquim Polaco ofereceu também um terço do valor da venda da sua casa aos Bombeiros Voluntários da Nazaré.O espólio doado por Joaquim Polaco está em exposição no Salão Nobre da CNSN. Algumas peças eram propriedade da sua família nazarena, mas a maior parte pertencia à sua família de adopção, como explicou o próprio, a “família com quem viveu sempre em Lisboa”, família Pastichi da Cunha. Joaquim Polaco ofereceu todo este património à Confraria porque, além de não ter descendentes directos, quis “assegurar a preservação desta riqueza patrimonial na terra onde nasceu”. A ideia de doar à Confraria de Nossa Senhora da Nazaré todos os seus bens, surgiu em 2002, após ter falecido Nuno Pastichi da Cunha, o único elemento que ainda permanecia da família de adopção, mas foi em Maio de 2007 que se formalizou em testamento a vontade de Joaquim Amaro.
Para congratular este benemérito, foi realizada uma missa de homenagem a Joaquim Amaro Polaco, na passada terça-feira, dia quatro de Novembro, no Santuário de Nossa Senhora da Nazaré. Além do reconhecimento e agradecimento deste gesto, o Presidente da Confraria, Eng. Reinaldo Silva, ofereceu uma medalha de mérito a este benfeitor, como símbolo de gratificação do seu gesto.Das peças em exposição, estão presentes a imagem da Nossa Senhora dos Anjos; um quadro que alude ao sítio onde viveu na Nazaré, a Azinhaga do Escorrega; a imagem de Nossa Senhora da Conceição; a imagem de Nossa Senhora das Dores; algumas peças em cristal, porcelana e marfim; quatro retratos pintados à mão, a imagem de Nossa Senhora da Ajuda; um relicário da aparição de Cristo ressuscitado ao Papa São Clemente; uma réplica da bandeira do Círio de Cascais e algumas peças de arte moderna. Joaquim Polaco, apesar de já ter doado todo o seu património, tem direito de usufruto vitalício de todo os seus bens.PerfilJoaquim Amaro Polaco, mais conhecido por “Quim do Escorrega”, nasceu na Nazaré no dia 14 de Setembro de 1939. Apaixonado desde cedo pelo mundo da música e do espectáculo, começou a espalhar o dom da sua voz na Nazaré, quando era criança, mas foi em Lisboa e no estrangeiro que desenvolveu a sua carreira artística. Quando decidiu ir para Lisboa, em 1958, foi acolhido pela família Pastichi da Cunha, com a qual viveu desde então, em Cascais.Dividido entre duas famílias e dois locais, Nazaré e Cascais, Joaquim Polaco herdou uma vasta riqueza patrimonial, das suas duas famílias, que doou recentemente à Confraria de Nossa Senhora da Nazaré.
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