Espectáculo baseado na técnica de escrita da fugaDavid Mariano Já não é a primeira vez que passa por Alcobaça e agora está de volta: Mário Laginha actua no Cine-Teatro de Alcobaça já no próximo dia 4 de Outubro, sábado, pelas 21h 30, aquele que é considerado um dos melhores pianistas portugueses da actualidade. Um músico que terminou o curso superior de piano com nota máxima, que tem dedicado grande parte de sua vida ao jazz, que nunca deixou de ganhar vários prémios artísticos, que tocou com alguns dos melhores instrumentistas nacionais e estrangeiros (Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Cristof Lauer, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Kai Ekkart, Trilok Gurtu e Howard Johnson são só alguns), que compôs para teatro e cinema, que passou pelos melhores festivais de música do mundo e que desde os anos 1990 conduziu a sua carreira ao lado da sua companheira Maria João, ele, dizíamos nós, tem um primeiro álbum a solo a mostrar: “Canções e Fugas”.
Apesar do lançamento deste trabalho ter ocorrido em 2005 (3 anos não deixa de ser muito tempo no “reino” da música), e cuja estreia absoluta ocorreu no Grande Auditório da Culturgest em Lisboa, Mário Laginha aproveita para mostrar novamente o conceito deste disco em concerto a solo. Ele que há já uns anos vinha a trabalhar numa ideia para um registo a solo onde o objectivo era compor uma série de fugas (respeitando a sua técnica de escrita, mas introduzindo elementos comuns ao universo do jazz) alternadas com um igual número de temas, onde uma estrutura bastante livre desse espaço para a improvisação. É nisto que baseia o espectáculo de “Canções e Fugas”, um trabalho que habita uma área musical que diz tudo a Mário Laginha e que não deixa de ir buscar muitas vezes elementos de outras áreas. É o caso específico da técnica de escrita da fuga que naturalmente evoca o nome e o legado do magno compositor Bach. Mário Laginha arriscou assim uma espécie de homenagem, mas a verdade é que ele não quer ir tão longe: ele sabe que essa dimensão de Bach, como músico, como compositor e sobretudo como lenda, lhe tornar-lhe ia a tarefa completamente impossível. Humildemente, ele limita-se a tirar-lhe o chapéu e a sorrir. Nunca é tarde para cumprimentar o homem que nos deu uma linha directa a Deus.
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