“Quem tem interesse pelas pessoas não é necessariamente um bom político, mas quem não tiver interesse pelas pessoas dificilmente será bom político”Sotnas RasecCesarLSantosLider da Bancada do PS na Assembleia Municipal de AlcobaçaAs democracias actuam em sociedades abertas, onde o pluralismo é uma regra básica. Em sociedades essencialmente mediáticas, como são as europeias, os governos são importantes, mas não representam tudo, nem, porventura, o mais importante. As opiniões públicas pesam por forma decisiva, bem como os interesses, grandes e médios, que procuram condicioná-las. Como as autarquias, as universidades, os centros de cultura, os órgãos de comunicação social, as associações patronais e sindicais, os grupos de pressão social mais ou menos organizados e a imprescindível dialéctica governo-oposições. A obrigação das mulheres e dos homens de esquerda é a de as ajudar nesse propósito, sem contudo, desarmar a vigilância, o espirito critico, e a exigência de rigor e de pressão popular, por todas as formas que em democracia esta se pode e deve exercer.
Uma genuína sociedade de Esquerda faz-se da participação política responsável, generalizada e do debate alargado. Mas para que haja capacidade de debate é necessário dar a todos iguais meios de intervenção – uma real igualdade de oportunidades. A aposta na formação e na educação é um meio essencial para municiar as pessoas com um capital de intervenção política e social que lhes permita ter consciência de que não são meros agentes passivos, mas sim activos na transformação da sociedade. Democracia é dar a todas as pessoas a oportunidade de qualificação, educação e formação, o livre acesso á sociedade de informação e do conhecimento.Cada vez é mais fácil a liberdade do conhecimento e do acesso a informação, livre de fronteiras geográficas, políticas e religiosas. Hoje, o acesso á sociedade de informação pode minimizar as assimetrias geográficas e sociais, potenciando, assim, uma identidade socialista. as novas tecnologias e a sociedade de informação. Á esquerda compete-lhe ter iniciativa, ter uma afirmação forte e sem complexos.A aproximação das Pessoas ao sistema político é um factor fundamental para a credibilização da classe política. O primeiro passo deve ser dado dentro dos próprios partidos, com os militantes a terem um papel de destaque. O militante, tem que ser considerado peça fundamental na decisão, do início até ao fim – deve ser meio e destinatário das opções. Nos últimos anos a direita tem desacreditado o sistema político, promovendo o pequeno debate político e a intriga circunstancial. A Esquerda tem lutado, da forma possível, contra esta imagem. Contudo, é inegável o descrédito que hoje recai sobre a classe política.Cabe aos partidos um papel de aproximação entre a política e a sociedade. Vamos reinventar a participação política. Vamos estimular a cidadania, chegando junto das pessoas com ideias que, de facto, lhes interessem e que resolvam os seus problemas. A acção e o discurso político, não podem ser reduzidos aos objectivos eleitorais – sob pena de cairmos no descrédito, e de afastarmos um número cada vez maior de cidadãos da realidade política. A efectiva participação do cidadão na vida política do país, é condição para a afirmação da cidadania e expressão de liberdade democrática.Vamos garantir o futuro da esquerda democrática, assumindo um compromisso e uma estratégia abrangente, tolerante, participativa, solidária e baseada na adequação do nosso discurso e das nossas propostas às reais necessidades da população. Não nos podemos apresentar como alternativa pelas insuficiências dos outros, mas pela afirmação política de um projecto próprio, erguido á luz dos nossos ideais, do socialismo democrático. Tendo em conta a sociedade actual, as suas necessidades, as suas ambições, as suas carências mas também os seus benefícios.A acção política não é a gestão do quotidiano da vida política, nem se pode consumir nela; para nós socialistas, tem necessariamente o significado de uma tarefa transformadora e inovadora, assumida pelo poder político democrático, mas protagonizada por uma sociedade mobilizada nos grandes objectivos de mudança.
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