António Nunes da ASAE “As regras são para cumprir”Restauração e “chambres” da Nazaré na mira da fiscalizaçãoO director da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica esteve na Nazaré e foi claro: as regras são para cumprir!António PauloNo passado dia 24 de Maio, a nova legislação para o sector da restauração e bebidas, assim como as soluções financeiras para os empresários deste ramo estiveram em debate na Nazaré, por iniciativa da Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP), em colaboração com a Associação Industrial Comercial e Serviços da Nazaré (ACISN) e Câmara Municipal local. Uma sessão que contou com a participação de cerca de quatro de centenas de empresários da Nazaré, Marinha Grande, Alcobaça e Caldas da Rainha, e que teve como “convidada especial” a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que se fez representar ao mais alto nível pelo seu director, António Nunes.

A falta do livro de reclamações, falhas na afixação de preços, irregularidades nos processos de congelação e as questões ligadas à formação e higiene são, até ao momento, as áreas onde se têm verificado mais anomalias nas inspecções ao sector da restauração, explicou António Nunes, alertando os agentes económicos para o “perigo” que representam determinadas empresas de consultadoria que, além de venderem “sonhos”, vendem também o “conto do vigário”, através de promessas feitas a quem recorre aos seus serviços”. António Nunes “avisou” que a Nazaré consta da lista de localidades a serem visitadas pelas brigadas da ASAE, não só no sector da restauração, mas também na área da actividade das “camas paralelas”, reforçando que “aqueles que não cumprirem com a lei, serão sancionados”. O alerta sobre as condições ilegais em que uma parte deste mercado funciona, foi deixado por António Nunes, sublinhando ser necessário resolver alguns casos que “estão visíveis” e são do “conhecimento de todos”.Ansiedade e desânimoNo decurso e no final da sessão de esclarecimento sobre as novas regras de higiene e segurança alimentar, que vão obrigar muitos dos proprietários dos restaurantes a fazerem obras de adaptação, os empresários manifestaram alguma ansiedade e desânimo argumentando que entre a realidade e a lei vai uma grande distância, sustentando que nem todos terão capacidade financeira para colocarem em prática as regras constantes da nova legislação. O presidente da Câmara Municipal da Nazaré (CMN), Jorge Barroso, que marcou presença no encontro para esclarecer o papel da autarquia na área da segurança alimentar, lembrou o trabalho de colaboração com os empresários do sector que vem sendo desenvolvido desde há um ano para que os restaurantes tenham, cada vez mais, clientes durante todo o ano e assim contribuam mais para a economia local. A CMN iniciou, no ano passado, uma campanha de acompanhamento das obras de adaptação dos estabelecimentos às novas exigências legais, colocando mesmo ao dispor dos empresários uma ficha tipo, da qual constam os principais itens que merecem a atenção das equipas de fiscalização da ASAE no decurso das suas operações inspectivas.Por seu lado, Rui Martins, presidente da ACISN, manifestou esperança de ver resolvidos muitos casos que, de acordo com a nova legislação, estão incorrectos e acabam por prejudicar a imagem da vila. A Nazaré é um dos concelhos da Região de Turismo de Leiria/Fátima que mais restaurantes tem, mais muitos deles vão ter de fazer obras de adaptação e proporcionarem formação ao seu pessoal, se não quiserem ser sancionados e manterem as portas abertas.