Espectáculo combina tango, bailarinos e Astor PiazzolaDavid MarianoTalvez não se conheça um Verão tão quente como aquele que este ano o Alcobaça Summer Nights tem vindo a oferecer no cruzamento entre música e dança: após espectáculos como “Ancient Times Today” (um “consórcio” entre a CeDeCe – Companhia de Dança Contemporânea e o Rijeka Ballet Ensemble que alimentou a troca de experiências artísticas entre Portugal e os Balcãs) ou “Sangre Flamenca” (um exemplo de vanguarda da dança moderna espanhola concretizado pela companhia Nuevo Ballet Español e que combinou a tradição do flamenco com a dança contemporânea), é agora a vez do tango abalar as grossas e vastas paredes do Mosteiro de Alcobaça.
Quando falamos de tango falamos obviamente de Astor Piazzola, uma das maiores referências deste género de dança argentino e que em Portugal encontrou um projecto à altura da sua memória: o Quinteto Lusotango. São eles que no próximo dia 25 de Julho, sexta-feira, pelas 22h, nos vão apresentar um espectáculo composto por cinco músicos, entre os quais uma cantora, e um par de bailarinos argentinos convidados. Sabemos que o Quinteto Lusotango foi construído à imagem do grupo originalmente lançado pelo compositor (o que diz muito do desejo de homenagem que este grupo fundado em Palmela em 2001 põe em palco) e sabemos que para eles o tango é uma paixão que foi tornada num empreendimento feito com corpo e alma.Não imaginamos que se possa entrar no universo do tango sem ser dessa forma e foi isso que levou já o Quinteto Lusotango a mostrar-se em concertos por diversas salas nacionais ou a participar em alguns dos festivais mais importantes do país e internacionais. Mas há mais nesta noite: além do Quinteto Lusotango com bailarinos teremos ainda uma viagem pelo folclore argentino (mas atenção: sempre sob o signo do tango) onde poderemos ver três pares de bailarinos de renome internacional (são eles Jorge Ramirez e Nelida Miglione, Pablo Ojeda e Beatriz Romero,Gerardo Molina e Sílvia Fuentes) fazendo um percurso pelas danças mais populares da Argentina, tais como a chacarera, o samba ou o malambo.Vamos ver corpos entrelaçados, o sangue quente a pulsar nas veias, o desejo a latejar nas caves mais obscuras da mente e passos impossíveis a traçarem o movimento imparável do amor e do ciúme, da entrega e da renúncia, da posse e da perda entre seres humanos. Depois da Croácia, da Macedónia e da Espanha, é a hora de descer até à Argentina e às latitudes de uma dança apaixonada que conquistou (e aqueceu) o mundo.
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