Paulo AlexandreFracasso foi a expressão usada pelo Presidente da Câmara de Alcobaçapara classificar o espectáculo de magia do dia 6 de Julho.O Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Gonçalves Sapinho, dirigiu-se aos alcobacenses com um pedido de desculpas pelo espectáculo de magia de Luís de Matos e prometeu compensá-los durante a celebração do segundo aniversário da eleição do Mosteiro como Maravilha Nacional, em Julho de 2009. O autarca justificou a sua

decisão dizendo que a “efeméride o merece e o público também depois do que aconteceu no passado domingo, dia 6 de Julho de 2008”.

A maior metamorfose de todos os tempos prometia ser uma apoteose mas transformou-se numa das maiores decepções de sempre. O número de magia que iria assinalar a eleição do Mosteiro de Santa Maria como uma das sete maravilhas do Património Nacional durou cerca de três minutos com o mágico a ser, no final, vaiado pelas 16 mil pessoas que se juntaram na frente do Mosteiro para assistir ao espectáculo pago pela Câmara.Gonçalves Sapinho pediu, entretanto, ao assessor jurídico da Câmara que analise o contrato celebrado com Luís de Matos para verificar se houve incumprimento da parte do mágico. Já Luís de Matos, o David Copperfield português, numa em carta enviada à autarquia, refere que foram criadas expectativas que não foram da sua responsabilidade.

Muitos deslocaram-se a Alcobaça para ver o mágico fazer desaparecer o Mosteiro. Esta foi, durante meses, a ideia com que muitos ficaram do número que estaria em reparação pelo mágico. Acontece, porém, que o número não passou de uma descida das Torres do Mosteiro, a mais de 50 metros de altura, amarrado por um colete-de-forças de que se libertou antes de chegar ao solo.Têm surgido, entretanto, as mais diversas reacções a este caso. O deputado independente, José Marques Serralheiro, propôs que seja atribuída uma verba de 180 000 euros a repartir de forma igual pelas 18 freguesias do concelho de Alcobaça destinadas ao financiamento de actividades sociais e/ou culturais das respectivas freguesias.Para além de ser, segundo o deputado, a “forma mais ajustada de reabilitar o Executivo pelas falsas expectativas criadas, o que de traduziu num falhanço local, regional e nacional e compensar assim os munícipes de Alcobaça pelo engano de que foram alvo”, é, também, segundo este, a “forma mais honrosa para os autarcas de Alcobaça,

nomeadamente para o seu Executivo Municipal de disfarçar o problema do espectáculo do dia 6 de Julho, em frente ao Mosteiro, que nos envergonhou a nível local, regional e nacional”.