Precariedade, instabilidade e maus salários é o que os jovens podem esperar no futuro.Tânia RochaPrecariedade, instabilidade e maus salários é o que os jovens podem esperar no futuro. Actualmente, segundo os registos do Centro de Emprego de Alcobaça, do mês de Maio deste ano, o concelho da Nazaré tem 628 desempregados, enquanto que o concelho de Alcobaça conta 1801 inscritos na mesma situação. As pessoas mais atingidas pelo desemprego são os inscritos entre os 35 e os 54 anos, e em segundo lugar temos o grupo etário dos 25 aos 34 anos. No enquadramento global as mulheres são as mais afectadas pelo desemprego.

Segundo a Chefe de Serviços da Unidade de Gestão e de Desenvolvimento do Emprego, do Centro de Emprego de Alcobaça, Dra. Regina Coelho, “há um grande desajuste entre aquilo que as empresas procuram e as motivações e aspirações dos desempregados inscritos no Centro de Emprego”. Aponta a idade, os salários e horas de trabalho, como algumas das causas da diferença entre as necessidades das entidades empregadoras e potenciais activos, factores que fazem com que haja muitas discrepâncias entre a oferta e a procura de emprego. Por outro lado, a grande parte dos jovens com qualificação superior não tem lugar para trabalhar nos concelhos da Nazaré e Alcobaça, não só porque não há mercado para estes jovens, mas também porque as empresas existentes não procuram pessoas mais qualificadas. Além disto, a Dra. Regina Coelho salienta que “a fraca rede de transportes públicos são um dos factores que impede os desempregados de se deslocarem mais facilmente para onde estão as empresas e os potenciais mercados”. Por outro lado, esta situação está mais grave com o encerramento de várias empresas de grande e pequena dimensão, como por exemplo as unidades fabris, que empregavam a maior parte das pessoas da região. Quanto aos jovens, muitos são os que nem sequer passam pelos registos do Centro de Emprego, porque trabalhar no concelho de origem, neste caso Nazaré ou Alcobaça, não é uma opção, não só porque há pouca ou nenhuma oferta de trabalho, mas também porque o desenvolvimento e aprendizagem profissional deixam muito a desejar. A maioria fixa-se nas cidades, onde estão concentradas a grande parte das empresas, assim como multiplicidades de trabalho. De acordo com os registos do Centro de Emprego de Alcobaça e segundo os dados do mês de Maio de 2007 e 2008, o número de desempregados aumentou, assim como o recurso ao subsídio de desemprego, de modo que as perspectivas de empregabilidade do Centro de Emprego para o futuro próximo “não são animadoras”, confessa a responsável, sendo que as ofertas existentes rondam o salário mínimo nacional. Regina Coelho reconhece que a empregabilidade dos jovens qualificados “não é fácil”, mas salienta que os “estágios profissionais”, medida do emprego e formação, têm sido, em muitos casos, uma grande ajuda para “o primeiro contacto com o mercado de trabalho e uma alavanca para a integração profissional”.