Paulo Ribeiro acredita que a Biblioteca vai renascerEntrevista: Paulo Ribeiro treinador da Biblioteca falou ao Região da Nazaré sobre a temporada que findouUma entrevista de Joaquim José Paparrola
Região da Nazaré – Depois de alguns anos na divisão de honra, a BIR, desceu de divisão, o que correu mal nesta temporada na tua opinião?
Paulo Ribeiro -Não estava nos nossos prognósticos descer dedivisão naépocaque ora termina. Tínhamos inicialmente um plantel equilibrado, sem grandes alterações em relação àépoca anterior em que fizemos quinto lugar comquinze vitórias, sete empates e oito derrotas, cinquenta e um golos marcados e trinta e quatro sofridos.
No primeiro terço da prova até nos pareceu que o plantel eramais coeso e equilibrado revelando-se grande equidade entre todos os atletas, aliás neste período fizemos dezassete pontos fruto de cinco vitórias, dois empates e três derrotas, com dez golos marcados e oito sofridos. A meio da época tínhamos vinte pontos e éramos oitavos classificados, ou seja em cinco jogos fizemos apenas três pontos.No entanto algum carácter existia e muita vontade em fazer melhor, e nem neste momento difícil deixamos de acreditar que era possível a manutenção, mas não soubemos ter a melhor atitude no último mês de prova.Poderíamos estar a desculpar-nos com lesões, algumas graves e inoportunas, mas a verdadeira razão foi a falta de cultura desportiva de equipa, una e indivisível.
R.N – O futebol sénior no valado corre riscos de perder a identidade? ou ainda é possível retornar aos bons momentos das temporadas transactas?
P.R. – Obviamente que o grupo partiu-se, alguns saíram e outros não fazem parte do novo projecto. O futebol vai continuar, foi difícil encontrar directores, aliás é um facto desde quase sempre no Valado, os directores por norma são na sua maioria atletas. Só não vai ser tudo de novo se conseguirmos ficar com doze jogadores da época passada mas a maior parte do plantel será novo e vai demorar algum tempo a encontrar uma nova identidade de grupo. A nossa ambição é conseguir ir o mais longe possível e se nos deixarem voltamos a ambicionar estar de volta à Divisão de Honra. Mas não sabemos nem quem podem ser os nossos reforços nem tão pouco onde os vamos encontrar pois à clubes que pagam subsídios e nós apenas o convívio de uns almoços e jantares,
R.N – O teu futuro como treinador no momento passa pela BIR, ou ambicionas algo mais a curto prazo?
P.R – A ambição nunca me faltou, a vontade de abraçar projectos fortes também não mas provavelmente nunca estive à hora certa na paragem do autocarro e quase todos os projectos que iniciei foram abruptamente interrompidos por falta de meios para continuarem a evoluir ou então porque surgiram pessoas que lhes deram um melhor sentido e eu fui excluído.Mas não estou melindrado, tão pouco ansioso. Se tens consciência do teu trabalho e se tens uma ideia por mais pequena que seja, basta uma, podes ter a certeza que o chão que pisas não te vai fugir.Aliás no distrito de Leiria já houve dois ou três projectos que atingiram patamares elevados e essa consagração deve-se em muito ao trabalho de outros, e têm sido efémeros esses patamares logo que ambições poderá ter quem quer ser treinador num distrito onde a maior parte dos clubes está de tanga e não têm projectos sustentados de desenvolvimento desportivo. R.N – Como vês o actual momento do futebol distrital, e a temporada que se avizinha na honra?
P.R – Uma das razões pela qual lamento termos descido é não poder estar a competir numa época em que voltam muitos dos grandes do distrital e certamente vai tornar a Divisão de Honra mais competitiva e emocionante. Esperemos que os jogos consigam atrair público e não defraudem os associados dos clubes para bem do futebol distrital.
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