Paulo Inácio chefiou a delegação de autarcas ao ParlamentoPaulo AlexandreOs autarcas de Alcobaça regressaram à Assembleia da República para expor as suas preocupações sobre o TGV. Saíram animados com as reacções. Mas disseram que só isso não basta. Alcobaça continua a pedir que o TGV passe do outro lado da Serra.Segundo Paulo Inácio, presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça e autor da moção “TGV Serra dos Candeeiros Não”, os deputados da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações da Assembleia da República “apresentaram uma receptividade muito boa às preocupações da população de Alcobaça”.
De acordo com Paulo Inácio, o PS manifestou-se sensível às preocupações e prometeu empenho para minimizar os impactos do TGV no percurso entre Lisboa e Porto, de tal forma que o Presidente da Assembleia Municipal de Alcobaça declarou, no final do encontro, que há “alguma esperança que a Assembleia da República faça ver ao
Ministério das Obras Públicas a necessidade de rever o traçado e que seja estudada a sua passagem a Este da Serra dos Candeeiros”. Foi, contudo, dos partidos da oposição que este grupo de autarcas recebeu a maior solidariedade tendo os deputados declarado, para além da compreensão pelas preocupações de Alcobaça, que o processo tinha muitos pormenores por explicar, aguardando que o assunto seja agendadopara Plenário e possa ser inteiramente esclarecido.Depois da expressão obtida pela contestação de Alcobaça, a que se seguiu o protesto de outras terras por onde irá passar a alta velocidade, o governo, disse Paulo Inácio, “tem de repensar as suas prioridades de investimento” e verificar, no final, se compensa mesmo fazer este avultado investimento.O mesmo voltou a defender Bruno Letra, porta-voz do movimento Anti-TGVem Alcobaça, que acompanhou a delegação de autarcas ao Parlamento, e que defendeu a Caranguejeira, em Leiria, como a melhor localização da futura estação de alta velocidade de Leiria, em detrimento de Barosa, por permitir, segundo adiantou, a ligação a Fátima e a promoção do turismo religioso.Nesta missiva ao Parlamento, acompanharam Paulo Inácio e os representantes do movimento Anti-TGV em Alcobaça, os presidentes das oito juntas de freguesia do concelho afectadas pelo traçado do TGV: Benedita, Évora de Alcobaça, Pataias, S. Vicente de Aljubarrota, Alpedriz, Prazeres de Aljubarrota, Cós e Turquel.Alcobaça tem contestado, desde que se conheceu o traçado preferencial da RAVE, a passagem do comboio de alta velocidade pelo lado oeste da Serra dos Candeeiros alegando que são maiores os prejuízos que os benefícios desta escolha. O Presidente da Câmara, Gonçalves Sapinho, tem sido uma das principais vozes contra o TGV pelo concelho de
Alcobaça a ponto de ter mesmo recusado, a determinada altura do processo, conversações com os responsáveis pela Rede de Alta Velocidade que acusou, por diversas vezes, de fuga à verdade dos factos e de irrealismo face a algumas das propostas de traçado apresentadas ao concelho.Agora, e desde que foi anunciada a escolha da Agencia do Ambiente, que estão decretadas medidas restritivas de uso do solo no concelho de Alcobaça por onde está prevista a passagem do TGV. Para evitar
especulações imobiliárias, o decreto restringe a criação de novos núcleos populacionais, incluindo operações de loteamento, a construção, reconstrução ou ampliação de edifícios ou outras instalações bem como a instalação de explorações ou ampliação das já existentes.Paulo Inácio, que chefiou a delegação de autarcas ao Parlamento, voltou a manifestar dúvidas quanto à real necessidade da ligação em alta velocidade de Lisboa ao Porto e apelou aos deputados para que reflictam seriamente sobre os custos e benefícios desta ligação. O autarca ficou a aguardar o agendamento da discussão sobre a alta velocidade no Parlamento e prometeu novas medidas de contestação junto das entidades oficiais. Paulo Inácio, que alimenta a esperança do TGV passar longe do concelho, adianta que, caso venha a concretizar-se o traçado anunciado, Alcobaça, através da pressão exercida sobre diversas entidades, já garantiu que o concelho não será devastado no seu património pois foram dadas garantias de se estudarem todos os
pormenores do traçado antes de colocar o comboio a circular entre Lisboa e o Porto.
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