EU PESCADOR ME CONFESSOArmando LopesA Autoridade para a Concorrência decidiu, está decidido.Investigado o assunto. Apurados os resultados. A conclusão abateu-se, incontestável e definitiva, sobre as nossas pecaminosas mentes. Não havia qualquer motivo para preocupação. Todas as dúvidas e receios desapareceram, foram nuvem fugaz e passageira. Fruto de uma qualquer intoxicação perversa de maldizentes.
Afinal, os aumentos galopantes do preço dos combustíveis, até têm sido equilibrados; a livre concorrência entre operadores funciona; as receitas da refinação e distribuição da GALP são modestas; os preços dos combustíveis em Espanha são apenas uma miragem. O que significa que andávamos todos enganados e que, o facto de termos uma das gasolinas mais caras do Mundo, faz parte de uma estratégia de interesse nacional. De recuperação da economia, evidentemente. Mas também de incentivo à prática da actividade física, do “jogging”.Acontece que, a nossa economia, está dependente de empresas estatais, semi-estatais ou protegidas pelo Estado: GALP, EDP, CGD, TAP, PT, CTT, CP, etc. Estado que, directa ou indirectamente, lhes garante o monopólio de funcionamento e exploração. E que, por via disso, lhes possibilita a prossecução de uma política cega de obtenção de lucro.Ora, estas empresas, não podem ter uma gestão igual às outras. Baseada num exercício altamente lucrativo. Pelo contrário, o seu objectivo principal é pôr a sua boa gestão ao serviço dos cidadãos. Beneficiando-os, servindo-os e assegurando-lhes uma prática correcta e equilibrada de preços. Contribuindo desse modo para a regulação do mercado.O que se passa em Portugal não tem nada a ver com isto. Com o beneplácito e a cegueira da Autoridade para a Concorrência. Com a complacência conivente do governo. Estas empresas tornaram-se gigantes insaciáveis e sôfregos, que só engordam os proventos dos seus administradores e accionistas, à custa do erário público e do sacrifício dos portugueses.
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