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Da económica crise

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Valdemar RodriguesProf. UniversitárioJá mais do que uma vez falei do que pensava em relação aos problemas éticos de que a economia dos países ditos “desenvolvidos” padece desde a criação na Europa do mercantilismo e das sociedades comerciais, e que nos últinas décadas se têm vindo a agravar de forma acelerada. Também já referi algures que […]

Valdemar RodriguesProf. UniversitárioJá mais do que uma vez falei do que pensava em relação aos problemas éticos de que a economia dos países ditos “desenvolvidos” padece desde a criação na Europa do mercantilismo e das sociedades comerciais, e que nos últinas décadas se têm vindo a agravar de forma acelerada. Também já referi algures que os tempos que aí vêm são especialmente difíceis, exigindo de todos nós o espírito de solidariedade e a capacidade para resistirmos à tentação de, com a fome, começarmos a fazer o que não devemos: mal aos nossos irmãos. É claro que existem culpados, e em Portugal são até bastantes, como sugerem os recentes dados que nos colocam na União Europeia como o país onde as desigualdades económicas são mais evidentes.

A justiça ser-lhes-á feita pelo mal que fizeram à democracia, que corromperam e corrompem, mas não agora quando outros interesses mais altos se levantam, e são eles os de ver como vamos conseguir ultrapassar esta crise, evitando tanto quanto possível o sangue e o sofrimento humanos. Pede-nos a doutrina social da Igreja que o tentemos, com todas as nossas forças, com sentido de humanismo e sem perder tempo com futebóis, até porque a Nação existe para nós, não para aqueles que hoje enriquecem nesta errância de Europa à custa do futebol. E perder tempo com a política já foi chão que deu uvas. Votar sim, mas em Branco. Vou então ao que interessa. Portugal já devia há muito ter-se começado a preparar para esta crise, proporcionando a criação dos meios necessários para as pessoas lhe fazerem frente, designadamente estimulando a criação de redes sociais de apoio. A Argentina sobreviveu, com muitas dificuldades, a uma crise semelhante em 2001, e actualmente a sua economia cresce a um ritmo dez vezes superior ao de Portugal. E porgunta-se: como foi isso possível? Graças à agricultura, aos clubes locais de troca directa de produtos de toda a espécie, e graças à indústria que passou a funcionar quase exclusivamente para o mercado interno. A Argentina mandou dessa forma àquele sítio os conselhos “técnicos” do FMI para a sua recuperação económica, baseados no aumento do investimento público e das exportações. Fê-lo com coragem e com algum sofrimento da população, é certo, mas conseguiu, e nós veremos o que nos irá acontecer, com os nossos governantes genuflectidos diante dum FMI e dum Banco Mundial, que são verdadeiramente quem dirige a política económica da Europa das potências (a qual escorre “por gravidade” para as periferias, categoria em que Portugal se inscreve) desde os tempos do famoso Plano Marshall. Há pois que ter coragem e que ter força, coisa que concerteza ainda existe nos povos europeus e americanos nossos irmãos, mas não certamente nos respectivos governantes, subjugados que estão aos grandes interesses económicos que nos levaram à presente situação. Embora o Estado continue teoricamente a ser uma pessoa de bem, na prática quem o tem representado há muito que dá provas de não o ser. Porque para merecer a confiança é preciso que se cumpram as promessas feitas, que se não vendam ilusões ofuscantes da verdade, e que não se faça mal a quem, mesmo não sendo amigo, nos sustenta. Urge pois que a sociedade comece rapidamente a organizar-se no sentido de criar esses meios de amortecimento de uma crise que poderá durar longos anos. Urge reapostar na agricultura e urge sobretudo produzir. E o bom economista – que é aquele que, para além de Smith, Keynes e Ricardo, estudou também, e com muita atenção, Marx, Hayek e até Silvio Gessel – sabe que Portugal ainda vai ter de regressar a uma moeda nacional, ou quem sabe a várias moedas locais, para conseguir ultrapassar o problema da produção e do desemprego. O bom economista, que é também aquele que não olha só para os dados macroeconómicos, sabe bem dar valor àquilo que ainda nos resta, que se resume hoje a pouco mais que braços e inteligência, pois a enorme dívida contraída pelo Estado em nosso nome já não seremos concerteza nós a pagá-la, mas sim os nossos (poucos) filhos e netos. Há que produzir e que ter, simultaneamente, uma moeda que desvalorize a uma taxa constante e razoável, estimulando o consumo interno e garantindo assim os níveis de emprego. Mas com o BCE nada disso acontecerá decerto, e o que nos resta pois é procurar alianças com empresários locais para alimentar um sistema de trocas de bens e serviços que possa escapar à sinistra teia de opróbrio que nos montaram. Estejamos pois, e acima de tudo, unidos nesta luta. Que é como “eles” precisamente não querem que estejamos. A grande comunidade dos povos vencerá, creio, acima dessas famílias de Titãs que entre si se degladiam, e dos governos corruptos que as servem, e que por todo o mundo nos flagelam para alimentar o seu insaciável desejo de poder. O Sol continuará a nascer para todos, pois foi assim que Deus quis que fosse.

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