Paulo AlexandreO aumento do preço dos combustíveis está afectar as quatro corporações de Bombeiros do concelho de Alcobaça, que falam em situação incomportável.Os Bombeiros da Benedita gastaram mais 500 euros em Maio em comparação com os dois meses anteriores uma vez que o volume de serviço se manteve enquanto o preço dos combustíveis continuou a subir.Fernando Fialho, comandante da corporação, diz que situação começa a ser alarmante visto que os bombeiros prestam um serviço que é pago pelo Estado com bastante atraso enquanto a Associação Humanitária é obrigada a pagar os combustíveis ao final do mês, visto que a empresa fornecedora não vende fiado. O comandante dos Bombeiros da Benedita garante que ainda vai havendo dinheiro para cobrir a despesa mas a

situação começa, segundo este, a ser bastante alarmante temendo que a Associação Humanitária entre em situação de ruptura antes do fim do ano.

O socorro a vítimas ou situações, como por exemplo os fogos florestais, fora do concelho de Alcobaça pode ser um dos serviços a cortar caso se verifique, durante a reunião da Direcção prevista para esta sexta-feira, que os custos vão para além do dinheiro em caixa.“O socorro nunca ficará em causa por causa do preço dos combustíveis” é, contudo, a garantia avançada, por seu lado, pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, Mário Cerol apesar de reconhecer que a actual situação está a complicar as finanças da corporação.Mário Cerol considera que os Bombeiros têm meios e soluções para encontrar uma saída sem colocar em causa o apoio à população visto que o socorro é financiado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil. Os critérios que definem o valor a atribuir a cada corporação é que é, segundo o Comandante, discutível.O transporte de doentes, com uma frota de 14 ambulâncias, é um dos que mais pesa no final do mês nas contas da Associação Humanitária de Alcobaça, por ser um serviço intensivo e não ser subsidiado. Num mês, os Bombeiros chegaram a gastar 7 mil euros em combustíveis, que são pagos ao fornecedor ao preço normal. E, aqui, admite Mário Cerol, terão de se encontrar formas de luta por parte das corporações para que este passe, também, a ser um serviço pago por uma entidade nacional.Os aumentos dos preços dos combustíveis já começaram, também, a provocar rombos no magro orçamento dos Bombeiros de S. Martinho do Porto onde a factura do gasóleo subiu, em apenas um mês, cerca de 200 euros.De acordo com Joaquim Clérigo, Comandante dos Bombeiros Voluntários, que considera os aumentos dos preços dos combustíveis péssimos, a manter-se a escalada dos preços é provável que algumas corporações tenham de parar, como a de S. Martinho do Porto. O Estado pago 40 cêntimos o litro do gasóleo mas este valor está muito longe do gasto que as corporações fazem diariamente.