Cistermúsica leva-nos numa viagem musical à“Era das Catedrais”

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16.ª edição arranca a 17 de Maio e termina a 10 de JunhoDavid MarianoJá faz parte da mobília da cultura nacional: a 16.ª edição do Festival Cistermúsica (um dos maiores eventos do país no seu género) inicia-se no próximo sábado, dia 17 de Maio, pelas 18h, trazendo à Biblioteca do Mosteiro de Alcobaça o maior […]

16.ª edição arranca a 17 de Maio e termina a 10 de JunhoDavid MarianoJá faz parte da mobília da cultura nacional: a 16.ª edição do Festival Cistermúsica (um dos maiores eventos do país no seu género) inicia-se no próximo sábado, dia 17 de Maio, pelas 18h, trazendo à Biblioteca do Mosteiro de Alcobaça o maior conjunto coral-sinfónico alguma vez incluído num dos seus programas, o que significa que vamos ter a Orquestra Metropolitana de Lisboa, mais um vasto coro e três vozes solistas sob as ordens de Michael Zim, a interpretar a Sinfonia Lobgensang (“Canto de Louvor”) de Mendelssohn, peça que, além de ter sido baseada em textos do Antigo Testamento, raramente foi executada em Portugal.

Começa tudo em grande, não apenas pela partitura ou pelo espaço, mas igualmente pelo tema: “A Era das Catedrais”, que se centra no símbolo máximo do concelho e comemora a recente eleição do Mosteiro de Alcobaça como uma das “Sete Maravilhas de Portugal”. No entanto, mais do que um tema temos aqui um fio condutor que leva os nove concertos a percorrer todas as épocas e estilos, da Idade Média aos nosso dias e numa aposta que se arrisca mesmo o desenhar o futuro através da presença de novos valores e formações nacionais e internacionais de qualidade.Vamos perceber como: no dia seguinte, mais uma vez às 18h, a hora é do esplendor do barroco musical francês que regressa à Sacristia do Mosteiro de Alcobaça num programa composto por motetes sacros de Marc-Antoine Charpentier, François Couperin, Nicolas Bernier, André Campra e Nicolas Grigny (o título é prometedor: “La Dévotion du Grand Siécle: Música Sacra Francesa no tempo de Luís XIV”), interpretado pelo Ludovice Ensemble.Dias depois, a 24 de Maio e pelas 15h, a Nave Central do Mosteiro de Alcobaça conduz-nos até à Idade Média ao som da música daquela que é considerada uma das mais estimulantes compositoras de todos os tempos: a alemã Hildegard von Bingen. As suas criações serão aí evocadas pelo Mediae Vox Ensemble (com Filipa Taipina, Carolina Figueiredo, Manon Marques, Mónica Santos e Marisa Figueiras), havendo ainda a oportunidade de ouvir obras de Oswald Von Wolkenstein e Pérotin (antes disso, pelas 17h, Filipa Taipina dará uma conferência sobre a artista germânica na Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro de Alcobaça).Mas não serão só os consagrados a terem o seu lugar no Cistermúsica, também Johann Hermann Scheim (outro germânico) poderá aqui inverter a injustiça de constituir um dos génios mais desconhecidos em Portugal, a par de um dos maiores polifonistas portugueses de todos os tempos, Frei Manuel Cardoso (é a 25 de Maio, pelas 18h, no Mosteiro de Alcobaça), gente ilustre que os Vocal Ensemble reivindica sob a direcção de Vasco Negreiro.No final de Maio, a 31 e pelas 21h 30, um recital de canto e piano apresenta a laureada da 9.ª edição do concurso de interpretação do Festival Internacional do Estoril, a soprano Lara Martins, cujo programa concebido pelo pianista João Paulo Santos gira em torno da poesia de Verlaine e inclui como grande acontecimento a primeira audição moderna de um trecho composto por Viana da Mota para a tragédia “Inês de Castro”, e destinado precisamente a um sarau realizado em Alcobaça no distante ano de 1914.Nem as crianças foram esquecidas: a 1 de Junho o Cine-Teatro de Alcobaça acolhe os espectáculos infantis “História de Babar” (musicado por Poulenc) e “Carnaval dos Animais” de Sait-Saêns, num versão para piano tocada a quatro mãos por Bruno e Hélène Belthoise e com narração de Alexandre Delgado, director artístico do Cistermúsica. Já no dia e à hora em que arranca o Euro 2008: 7 de Junho, pelas 17h, o David Trio compete com o jogo Suíça – República Checa apresentando um programa de clássicos de Schubert e Brahms (não vai ser fácil a escolha).Quase no final, a 8 de Junho e pelas 18h, o Mosteiro de Cós recebe Música de Câmara pela mão do alcobacense Hugo Assunção que joga como cartada um Ensemble Português de Trombones, onde os trunfos maiores dão pelo nome de Bach, Haydn, Gershwin, Bernstein, Hassler ou Frescobaldi, entre outros. O encerramento dá-se a 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, tornando a receber sete anos após uma primeira passagem pelo festival o Hilliard Ensemble, um dos mais reconhecidos grupos vocais do mundo que nos oferecerá obras de James MacMillan, Jonathan Wild, Arvo Part ou Alexander Reaskatov (e não só), de novo na Nave Central do Mosteiro de Alcobaça, chegados ao fim dessa viagem musical através d’ “A Era da Catedrais”.

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