O ministro da Agricultura, Jaime Silva, disponibilizou um pacote deapoios a fundo perdido ao investimento no sector da fruticultura. O anúncio foi feito passado dia 18 em Alcobaça durante a visita que efectuou a algumas organizações do sector.O Ministro explicou, na altura, que o primeiro concurso para investimentos no sector inclui 60 milhões de euros, a serem distribuídos de acordo com os projectos de investimentos apresentados pelas organizações.Jaime Silva esclareceu que os critérios de avaliação têm a ver com as denominações de origem bem como seu valor acrescentado com impacto no emprego e na região, com incentivos à associação dos produtores e ao desenvolvimento da lógica de uma fileira empresarial. O objectivo, adiantou, é apoiar toda a cadeia desde o produtor até à fábrica, passando por incentivos à comercialização e produção.
O Ministro deslocou-se a Alcobaça a convite da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), que aproveitou para alertar Jaime Silva para os vários estrangulamentos que consideram que o sector está, neste momento, a atravessar.Jorge Soares, Presidente da Associação de Produtores, deu como exemplos o desequilíbrio de preços devido à pressão das grandes cadeias de distribuição sobre os produtores, um problema que aumenta com a falta de cooperação de alguns organismos da tutela, para além da incompreensão, incapacidade e dificuldade de organismos públicos ajudarem na competitividade das empresas. O empresário explicou que
”os organismos do Ministério da Agricultura não vêem a actividade como parceiros e têm uma atitude fiscalizadora que acaba por ser prejudicial ao sector agro-industrial”.
Para ultrapassar algumas das actuais dificuldades do sector, Jorge Soares propôs, em nome da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) que “os apoios ao investimento sejam majorados sob pena de desaceleração da organização da produção e desmotivação dos investimentos em formatos associativos”.Durante a sua deslocação a Alcobaça, o ministro aproveitou paravisitar a unidade da Frubaça, no Acipreste, que se dedica à produção de sumos naturais que consomem, anualmente, cerca de seis mil toneladas de maçã. Jaime Silva destacou a genuinidade deste produto e disse-se satisfeito com o exemplo daquela cooperativa de produtores
por ter “apostado na inovação sem recurso a aditivos mas antes à pressão, que dispensa a utilização dos famosos corantes artificiais”.O Ministro da Agricultura visitou a região de produção de Maçã de Alcobaça e da Pêra Rocha do Oeste, na sequência de um pedido da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA) e da Associação Nacional de Pêra Rocha do Oeste (ANP), com o objectivo de sensibilizar para o que de melhor foi desenvolvido por estas fileiras.
Nestas reuniões fez-se uma avaliação das realidades e perspectivas sectoriais, quer ao nível das empresas produtivas, quer das organizações de produtores numa perspectiva de posicionamento no mercado, inovação no sector, intenções de investimento, ou
requalificação, tendo como referência o PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural.Na reunião a APMA, representante da produção organizada de maçã do Alto e Baixo Oeste e enquanto agrupamento gestor da Indicação Geográfica Protegida Maçã de Alcobaça, teve oportunidade de apresentar ao Ministro a organização desta fileira tal como os esforços feitos no âmbito da modernização das explorações; de organização da produção com constituição e construção de centrais fruteiras; de profissionalismo da fileira; de organização comercial e preparação para a distribuição moderna e exportação; de desenvolvimento de produtos tecnologicamente inovadores, entre outros.Como balanço da reunião com Jaime Silva, a APMA adianta que a intervenção do Ministro da Agricultura superou as expectativas, em especial as dos produtores que se “mostraram satisfeitos com a abertura e a sensibilidade demonstrada para as questões que lhes foramproferidas”.SML
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