A 23 de Fevereiro no Cine-Teatro de AlcobaçaDavid Mariano Eles são “a banda rock n’roll mais quente do momento” – e isto não somos nós que o dizemos: é Vítor Gomes quem o garante, convidado especial do videoclip de “She’s a go-go dancer” e voz lendária dos Gatos Negros (e nós acreditamos: afinal essas são as palavras do rei do “twist” português na década de 60) – e vão estar no Cine-Teatro de Alcobaça no próximo dia 23 de Fevereiro, sábado, pelas 22 horas (caso a noite esteja fria este é o local certo para os corpos aquecerem). Eles são os Wraygunn, banda de Coimbra liderada por esse animal de palco que dá pelo nome de Paulo Furtado e que faz da guitarra um instrumento ao serviço do diabo. O diabo aqui não é figura tão má quanto parece, é pior (assumindo forma esguia e humana) e é certo que não vai perdoar às pessoas que se dignem a ficar sentadas enquanto se esganiça a debitar acordes metálicos.
Não nos podemos esquecer: eles são“a banda rock n’roll mais quente do momento” e incluem ainda no pacote muito blues, funk, soul e até hip-hop (originários de Coimbra fizeram do Mondego o nosso Mississipi). Ao palco vão trazer o último álbum de originais, intitulado “Shangri-La” e considerado por revistas tão respeitáveis como a Blitz o disco português do ano (um reconhecimento que não se tem ficado entre portas: em França, Bélgica ou Suiça a formação já conquistou numerosos fãs e viu confirmado um primeiro passo para a “internacionalização”). Nesta louca carruagem que promete saltar fora dos carris e ir a galope por terrenos selvagens há também ilustres convidados: Sean Riley and the Slowriders (que entram na segunda parte de um concerto dividido em duas fatias) e os Gnu (banda-revelação que meia-hora antes tem a tarefa de preencher a primeira parte após a conquista do concurso Cassete Clinic). Vai ser um caso sério de energia e frenesim roqueiro à solta: os Wraygunn em cima de um palco nunca fazem a coisa por menos. Suor, electricidade, ritmo e estridência são as suas grandes qualidades – além da música, pois claro, e além das sensuais presenças das vozes femininas de Raquel Ralha e Selma Uamusse (só por elas valia a pena). Há quem diga que são melhor banda nacional ao vivo e isto são eles próprios que o provam. Os espectadores chegam a subir ao palco e os músicos apreciam de vez em quando um bom voo picado sobre o público. Esqueçam os formalismos, o ideal é mesmo ir ver. Vai ser quente, mas isso já o anunciava Victor Gomes.
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