António Carneiro Presidente da RTORegião de Turismo Leiria/Fátima “com morte anunciada à 2 anos”Carlos BarrosoO presidente da ainda Região de Turismo do Oeste (RTO), António Carneiro mostra-se agradado com o facto do Oeste ter conseguido manter a sua nomenclatura no novo mapa das Áreas de Turismo, apesar de ter perdido o Município de Rio Maior, mas ganhou os concelhos de Alcobaça e Nazaré.António Carneiro mostra-se ainda “surpreendido com esta reorganização, porque estivemos a almoçar com o secretário de Estado, e deliberadamente não tocamos no assunto, mas no final, ele disse-nos que a curto prazo íamos ter noticias e no dia seguinte foi aprovado o diploma”.
Contudo, o ainda presidente da RTO, lamenta que o Decreto-lei aprovado em conselho de ministros só foi divulgado aos organismos do turismo “pelos jornais. Durante um ano o secretário de Estado não falou connosco sobre esta matéria e fomos apanhados de surpresa”, disse, acrescentando que “é uma matéria sensível para ser arranjado da maneira como foi tratado”.Uma vez aprovada, António Carneiro já tomou a iniciativa de propor ao secretário de Estado “para se constituir um grupo de trabalho para moldarmos as coisas, porque a Lei é pouco clara em alguns aspectos, tem contradições e tem ainda alguns erros”, aponta.Com a extinção das Regiões de Turismo e a criação das Áreas Regionais de Turismo alguns dos planos irão continuar, garante António Carneiro.“Temos planos de actividades que não podem parar e temos compromissos de anos, como são os casos de feiras nacionais e internacionais”, recorda.Quanto à solução para o Oeste e coma extinção da Região de Leiria Fátima, declara que “nós tentamos salvar a Região de Turismo de Leiria Fátima (RTLF), porque temos uma conta bancária conjunta, temos feiras marcadas em conjunto e acções de divulgação conjuntas”, mas “tenho clara noção de que há muito tempo, e o Miguel Sousinha sabe isso, que a morte da RTLF era anunciada há muito tempo. Só as pessoas que acordaram agora para o problema é que perceberam uma coisa, que se sabe há dois anos”, afirma.Para o presidente da RTO, desde a existência do Programa da Reestruturação da Administração Central do Estado, que “todo o aparelho de Estado foi arrumado com as NUTII. O colega de Aveiro sabia, o colega de Setúbal sabia que iam ser destruídos. Leiria na minha opinião pensou que o peso da marca Fátima salvaria a Região de Turismo”.Quanto ao seu colega de Leiria e a esta reorganização, António Carneiro é da opinião de que “o Miguel Sousinha foi enganado, porque ele acreditou no secretário de Estado, apesar de ele falar mais do que qualquer um de nós com o secretário de Estado”.“São cinco ou dez regiões, e a situação de Leiria acontecia na mesma. O Oeste teve a sorte de estar todo na mesma NUT III”, argumenta.Agora com as Áreas Regionais de Turismo e nomeadamente para o Oeste esta reforma “é uma boa solução para o Oeste”, mas “não vejo que seja uma boa solução para o país”.Para o Oeste António Carneiro enumera que o número de camas que são atribuídas “é superior às intenções de investimentos que temos. Nós próprios estamos surpreendidos com as 90 mil camas que nos atribuíram”.“As intenções no Oeste e com Alcobaça, onde há dois investimentos que não conheço, e ainda contando com Rio Maior, nós andamos nas 40 mil camas existentes e mais propostas”, refere.António Carneiro é da opinião de manter alguns protocolos com investimentos em Rio Maior agora que saiu do Oeste, até porque “nos produtos turísticos não há fronteiras”, lembrando que “Fátima tem peso suficiente para capitalizar uma nova região. Fátima já era âncora de Leiria. Tomar vai ficar com a mesma região, até com Santarém e o meu desejo é que isso aconteça para que nós Oeste consigamos trabalharmos conjuntamente”, manifesta.Teoricamente entre Lisboa e Vale do Tejo, segundo António Carneiro, “podem haver três regiões e duas já estão criadas. Oeste e outra, agora se a Área de Metropolitana não decidir, pode haver uma terceira privada”.Por último o ainda dirigente da RTO lembra que obrigatoriamente é membro da comissão instaladora de3sta nova Lei e como presidente da região de turismo “não” vai abandonar o barco nesta fase apesar de ter dito há dois anos que não apresentava uma recandidatura.Segundo testemunhou, só pode haver uma palavra atrás “se os Municípios perceberem a oportunidade única para fazermos uma região rica e poderosa. Só estou disponível para um projecto ambicioso”, declara.O presidente da RTO deixou ainda um recado no almoço de fim de ano com os jornalistas para os políticos que pedem modernização para a Linha do Oeste.“Pensem duas vezes se querem a electrificação da Linha do Oeste, porque podemos perder a nossa qualidade de vida e a ruralidade. É verdade que a A8 trouxe nos investimentos, mas temos de perceber que está em causa, o futuro. Viver nesta tranquilidade e com esta qualidade, ou viver com uma confusão muito grande, porque estamos à porta de Lisboa. Digam o que querem, sabendo que o PROT vai limitar a capacidade de carga”, lembra.Como nota acha curioso que a CCDR “tenha aceite só para o concelho de Óbidos tantas camas como para os outros municípios do Oeste. O concelho de Óbidos tem quatro vezes menos área que Torres Vedras, por exemplo. O concelho de Torres tem 41 mil hectares e o concelho de Óbidos estão autorizadas construir 30 mil camas, para 10 mil hectares”, declara, acrescentando que “não tenho nada contra Óbidos, só acho é que se mexeram muito bem”.“O concelho de Óbidos com 10 mil eleitores, de baixo poder compra, um concelho pobre, rural, onde o que é visível são os eventos, era importante mostrar o trabalho que se tem feito no apoio social, na educação e outras áreas por é fantástico. A Câmara também só o faz com o dinheiro dos investimentos”, evoca.
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