Cartão gratuito das “urbanas” prejudica taxistasClara BernardinoNa última reunião de Câmara, durante o período de intervenção do público, os taxistas Olavo Fidalgo Codinha e Pedro Boarqueiro, alegando estar em representação dos seus colegas, manifestaram o seu descontentamento por estarem “sem negócio” devido à existência de um cartão que permite às pessoas usufruir das “urbanas” a custo zero. Disseram que, para agravar a situação, a carreira da rodoviária que substituiu o “funicular”, conhecido ascensor da Nazaré, durante a sua reparação, parava em qualquer parte, prejudicando as “corridas dos táxis”.
Jorge Barroso assumiu estar a passar esses cartões, porque foram aprovados na Reunião de Câmara, por proposta apresentada pelo vereador António Trindade, do Grupo de Cidadãos Independentes (GCI). Barroso referiu, também, que tinha votado contra.Neste momento, há mais de 500 cartões passados pelo Presidente da Câmara, nestas condições, em que o critério para serem passados é o do Reformado que recebe o correspondente a 1,5 vezes o ordenado mínimo nacional. Nesta situação, existem muitos reformados, pois este critério não contempla outro tipo de rendimentos que as pessoas tenham, nem a situação socio-económica do agregado familiar. Os referidos cartões têm validade até Fevereiro, já que, segundo deliberação de Câmara, 6 meses depois da sua entrada em vigor, estes deveriam ser reavaliados.Para os dois taxistas, a indignação subiu de tom, atirando ao executivo frases como “parece impossível as liberdades que têm dado! Todos os endinheirados entram nos autocarros!”; “a camioneta passou a ser self-service”; “não temos hipóteses de fazer serviços”; “não querem ficar com os nossos carros? Podem ser entregues à Câmara desde que paguem o justo valor!”. O Presidente Jorge Barroso disse que está a trabalhar numa proposta que levará à reunião de Câmara para ser reposta a justiça na utilização dos transportes gratuitos, sem criar clivagem social, e sem interferir com as corridas dos táxis. “Para isso, é importante definir outros critérios e contar com a intervenção séria da Acção Social para verificar quem de facto necessita de cartão. Este cartão deve ser extensivo aos jovens em idade escolar, cujas famílias tenham carências, de forma a aliviar os encargos das famílias”, afirmou o autarca em declarações ao Região da Nazaré.A existência de “interurbanas”, entretanto também proposta, pode vir a agravar a situação já preocupante dos taxistas, pois isso seria o fim das corridas a cada uma das freguesias.
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