Crise na pesca agravada pelo preço do gasóleoOnze associações de armadores do país reivindicaram aumentos no preço do peixe, face ao agravamento das despesas com os combustíveis, e decidiram, em Peniche, no passado dia 27 de Novembro, constituir uma comissão representativa do sector para reunir com o Governo.
Segundo o porta-voz das associações de armadores, “foi decidido criar uma comissão de quatro dirigentes representativos dos principais segmentos da pesca e reiterar ao secretário de Estado que se digne marcar uma reunião para analisarmos os problemas derivados da escalada dos preços dos combustíveis” “É uma derradeira possibilidade que estamos a dar ao Governo para, em conjunto, encontrarmos as soluções mais adequadas”, reforçou o dirigente, adiantando que “os armadores têm vindo a pressionar as associações para haver uma paralisação” do sector.”Há segmentos em que só o custo dos combustíveis representa mais de 40 por cento da sua produção”, pelo que os armadores pretendem que sejam “encontradas formas de fazer reflectir o agravamento do preço dos combustíveis na venda do pescado”, como o aumento do IVA sobre o peixe, à semelhança do que acontece em Espanha e França.Actualmente, o sector não tem controlo sobre os preços perante a imposição do regime da venda do pescado em leilão.Se nada for feito, os armadores ponderam deixar as embarcações em terra, quando os lucros já não cobrem os custos de produção, com o gasóleo a mais de 60 cêntimos o litro.Segundo alguns pescadores, com a escassez do pescado e o preço do combustível a subir, “não se ganha nem para o gasóleo”.Há quem opte por ir vender a Espanha, onde os combustíveis são mais baratos, tal como o gelo e os iscos: “em Espanha pagamos o gasóleo cinco cêntimos mais barato e conseguimos vender o peixe um euro ou dois mais caro por quilo”.
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