No próximo dia 31 de Outubro celebra-se o “Dia Mundial da Poupança”.Este marco no calendário vem recordar a todos os consumidores a especial importância que a poupança deve revestir no seu dia-a-dia.De facto, escusado será recordar que só amealhando é que muitos de nós poderemos adquirir determinados bens e serviços a pronto, evitando assim o recurso ao crédito que cada vez se torna mais caro.

É ainda importante ter algum fundo de maneio reservado para qualquer emergência ou imprevisto, o que, mais uma vez, só é possível economizando.Para o efeito, revela-se necessário fazer uma boa administração do salário, sendo, para isso, conveniente que os consumidores reservem no início do mês o dinheiro necessário para pagar as despesas fixas como, por exemplo, a água, luz e gás. Se no final do mês conseguirem que sobre algum dinheiro deverão canalizá-lo para uma conta diferente para evitar gastos desnecessários.Uma correcta gestão das poupanças implica que os consumidores comparem e analisem os diversos produtos financeiros existentes no mercado, de modo a aplicarem as suas economias na opção mais rentável.Recentemente, um estudo comparativo efectuado pelo Boletim Financeiro Poupança Quinze da DECO PROTESTE veio denunciar a fraca remuneração de uma aplicação que, até há pouco tempo, era muito utilizada pelos consumidores: as Contas Poupança-Habitação.De facto, de acordo com o estudo acima referido, os juros pagos pelos Bancos pelas quantias depositadas em Contas Poupança-Habitação são inferiores aos pagos pelos depósitos a prazo.O estudo em referência salienta ainda que, “actualmente, a melhor remuneração líquida para um depósito de 5 000 euros a um ano é de 4,1% , no Banco Popular, mas nesse mesmo banco, a CPH é remunerada a uma taxa de apenas 2,6% . Para uma CPH consegue, na melhor das hipóteses, 2,9% (no Banco Best) e na pior obtém apenas 1,2% (Caixa Galícia e BBVA).”Porém, a fraca remuneração deste tipo de aplicações pode ser contornada, nomeadamente optando pelos certificados de aforro ou por fundos de poupança sempre que não necessitem do dinheiro investido a curto prazo.De todo o modo, convém que os consumidores tenham em atenção as características dos produtos financeiros onde investem para se certificarem que o produto em questão tem garantia de reembolso integral do capital investido.Todavia, não poderíamos deixar de recordar que aumenta diariamente o número de portugueses que sentem dificuldades em conseguir aforrar, como reflexo do constante aumento da taxa de desemprego e da precariedade das condições laborais. Consequentemente, a grande maioria dos consumidores vê-se obrigada a utilizar a quase totalidade dos seus rendimentos na aquisição de bens e serviços essenciais.É todo este fenómeno económico social que tem desencadeado o aumento preocupante do número de consumidores sobreendividados, que, conforme já tivemos a oportunidade de salientar, a Delegação Regional de Santarém da DECO tem vindo a auxiliar gratuitamente através do seu Gabinete de Apoio ao Sobreendividado sito na Rua Pedro de Santarém, n.º 59 – 1.º Esq. (contacto telefónico 243 329 950).Marta Costa Almeida – Jurista na DECODelegação Regional de Santarém