“Luz do Sameiro” vai aguardar mais algum tempo pelo desmantelamento.
O que resta do tristemente célebre “Luz do Sameiro” deverá permanecer no areal da praia da Légua até final da época balnear
António Paulo
A Capitania do Porto da Nazaré ordenou o desmantelamento da embarcação “Luz do Sameiro”, que permanece na Praia da Légua, concelho de Alcobaça, mas admite que sejam as autoridades a fazê-lo, caso a ordem não venha a ser cumprida pelos proprietários da embarcação. Contudo, José Miguel Neto, comandante da Capitania da Nazaré, não acredita que a remoção do barco venha a decorrer durante a presente época balnear, pelo que acordou com a Câmara Municipal de Alcobaça a colocação de uma paliçada que impossibilite o acesso à embarcação, uma vez que no seu interior ainda há objectos perigosos. A ordem de desmantelamento já foi endereçada aos proprietários da embarcação através da Capitania de Vila do Conde, onde está registada a embarcação, aguardando-se agora uma resposta por parte do armador, que defende que a responsabilidade da remoção deveria recair sobre a seguradora, uma vez que os pagamentos das apólices estavam em dia quando ocorreu o naufrágio.
A embarcação está encalhada no areal na praia da Légua, no concelho de Alcobaça, há mais de seis meses, desde o naufrágio ocorrido no dia 29 de Dezembro último, e que vitimou seis dos sete tripulantes, dois dos quais continuam desaparecidos. Além dos estragos provocados pelo naufrágio e pelos dias que se manteve na zona de rebentação, o barco foi também parcialmente destruído por um incêndio de origem desconhecida.
A seguradora reconheceu a perda total da embarcação, mas recusa-se a pagar mais do que 300 mil euros, um valor contestado pelo armador de Caxinas, que afirma que o “Luz do Sameiro” estava avaliado em 428 mil euros. É também à seguradora que o armador atribui a responsabilidade de rebocar a embarcação para o porto de abrigo da Nazaré. Enquanto o processo se arrasta, a embarcação mantém-se em plena zona concessionada da Praia da Légua, galardoada com a “Bandeira Azul”, símbolo que não foi hasteado por iniciativa da autarquia devido à falta de apoios para os concessionários e também pela permanência no areal do que resta da embarcação.
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