Assembleia Municipal passa ao lado da situação política na Câmara
Não fora uma ou outra referência à situação de crise política que rodeia o executivo camarário e a intervenção de um munícipe no final da sessão da Assembleia Municipal da Nazaré do passado dia 22 de Junho, e os menos atentos bem poderiam dizer que a política autárquica nazarena navega em “mar de meninas”.
Os mais recentes factos políticos registados no seio do executivo da Câmara Municipal da Nazaré e que colocam em situação de fragilidade política a maioria relativa do PSD, ainda foram puxados a debate por alguns deputados municipais, desde Walter Chicharro (PS) a Mário Sousinha (agora independente dos Independentes), passando por Frederico Martins (CDU) e Manuel Sequeira (eleito mas desvinculado do BE), mas não obtiveram qualquer resposta do presidente da autarquia Jorge Barroso, que se limitou a ripostar que “não iria entrar por questões político-partidárias”. Ainda assim, Barroso reafirmou estar “aberto a outras soluções” e que “muitos cenários são possíveis”, referindo-se a uma eventual atribuição de pelouros aos vereadores da oposição que estejam disponíveis para os aceitar.
O momento mais quente da noite veio da parte do público quando teve direito a intervir. “Medida gravíssima e quem perde é a população”, disse na ocasião Carlos Vasco, militante do PS e ex-presidente da Assembleia Municipal local, referindo-se à recente deliberação maioritária do executivo que retirou as competências delegadas ao presidente da autarquia, Jorge Barroso. O ex-autarca acusou os vereadores do PS e GCI e agora “independente” Reinaldo Silva de “irresponsabilidade”, e desafiou-os a “partirem a loiça” ou então a “deixarem as pessoas governarem, uma vez que os votos são do munícipes e são para respeitar”. O teor da intervenção de Carlos Vasco suscitou tentativas de reacção por parte dos vereadores Vítor Esgaio (PS), António Trindade (GCI) e de Reinaldo Silva, de consumação impedida pelo presidente da Assembleia Municipal, José Bento Jordão (PSD), invocando regras regimentais que impedirão os vereadores de responderem às intervenções do público.
Os deputados municipais aprovaram, por unanimidade, uma moção levada a plenário pelo grupo parlamentar do PSD, em que é defendida a necessidade da construção de um novo Centro de Saúde e a melhoria de condições do Serviço de Atendimento Permanente, agora designado de Consulta Complementar e que se encontra a funcionar no Centro de Saúde da vila, em instalações provisórias com cerca de duas décadas. No documento, os autarcas recordam que a população da Nazaré, “durante os fins-de-semana e épocas de férias, mais do que quintuplica” e considerando que “a Nazaré está integrada no novo pólo de desenvolvimento turístico do Oeste, de acordo com o Plano Estratégico Nacional de Turismo (…) e que a segurança e saúde são factores decisivos na escolha e desenvolvimento de qualquer destino turístico”.
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