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“Os senhores estão a achar graça, não estão?”

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Jovens são acusados de alegadamente terem assaltado bombas de Alfeizerão Jovens da Nazaré e de Alcobaça suspeitos de assaltos a gasolineiras julgados em Leiria Alguns dos seis jovens acusados de vários assaltos à mão armada levaram um fortíssimo “puxão de orelhas” da juíza face à risota de alguns dos acusados aquando dos depoimentos das testemunhas […]
“Os senhores estão a achar graça, não estão?”

Jovens são acusados de alegadamente terem assaltado bombas de Alfeizerão

Jovens da Nazaré e de Alcobaça suspeitos de assaltos a gasolineiras julgados em Leiria Alguns dos seis jovens acusados de vários assaltos à mão armada levaram um fortíssimo “puxão de orelhas” da juíza face à risota de alguns dos acusados aquando dos depoimentos das testemunhas António Paulo Uma contundente reprimenda da juíza Ana Paula Baptista, presidente do colectivo de juízes, a pelo menos 2 dos seis jovens que estão a ser julgados no Tribunal Judicial de Leiria, acusados de assaltos a diversas bombas de gasolina no distrito e na região Oeste, marcou a sessão da passada sexta-feira. Perante os contínuos sorrisos de dois dos arguidos, a magistrada perguntou-lhes se estavam a “achar graça” aos depoimentos das testemunhas de acusação, e advertiu-os da gravidade dos factos de que são acusados. “Os senhores estão a achar graça, não estão?”, perguntou a magistrada, dirigindo-se aos arguidos, mostrando de forma bem visível a sua posição crítica perante aquilo que considerou “uma falta de respeito” para com as testemunhas – algumas delas vítimas de assalto à mão armada em postos de abastecimento de combustíveis e numa churrasqueira -, advertindo-os para adoptarem outro comportamento, adquirindo a “noção da gravidade” do que estava a ser declarado e do que os levou a prestar contas à Justiça.

Com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos, os seis jovens são acusados pelo Ministério Público (MP) de assaltos a diversas bombas de gasolina no ano passado nos concelhos de Alcobaça, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Caldas da Rainha, Óbidos, Torres Vedras, e Lourinhã. Bruno Januário, Emanuel Graça, Orlando Pereira, Paulo Oliveira, Pedro Mateus e António Conde, estão acusados da co-autoria material de um total de 40 crimes, sendo dois de subtracção de documentos, seis de sequestro – em alguns casos os alegados assaltantes fechavam os funcionários das bombas de gasolina em arrecadações ou outros locais -, 17 crimes de roubo qualificado, três crimes de roubo na forma tentada, 14 crimes de falsificação de documentos, e dois crimes de furto simples. O modo de actuar dos presumíveis assaltantes para consumarem os furtos, tem vindo a revelar-se semelhante: os arguidos – em grupos nem sempre de igual composição – deslocar-se-iam até aos alvos de assalto em viaturas com matrículas falsas, utilizariam uma pistola de alarme e, umas vezes encapuzados e outras de rosto descoberto, exigiam dinheiro e telemóveis, encerrando depois as vítimas em dependências dos estabelecimentos, partilhando depois entre si os montantes furtados. “Agora coma você o frango!” No decorrer da sessão da passada sexta-feira – a terceira deste processo – foram ouvidas oito testemunhas de acusação, mas apenas uma – a proprietária de uma churrasqueira na Maceira (Leiria) – afirmou reconhecer dois dos arguidos.Esta testemunha lembrou que em 2006, por ocasião da Páscoa, cerca das 11 horas, entraram dois jovens no seu estabelecimento, compraram um sumo, pagaram e saíram, para regressarem ao estabelecimento cerca de duas horas depois. Nessa altura, a testemunha referiu ao Tribunal que os jovens perguntaram se tinha frango a mais, ao que esta respondeu afirmativamente, embora os tivesse advertido que teriam de esperar cerca de dez minutos, para os atender. A proprietária da churrasqueira recordou que atendeu depois mais alguns clientes e, mal estes saíram, um dos arguidos “saltou para trás do balcão, encostou-me uma arma à barriga e mandou-me abrir a caixa registadora”, de onde retirou cerca de 400 euros em dinheiro e cheques. Consumado o assalto, testemunhado pela filha da empresária, os jovens, que actuaram de cara descoberta, à saída recomendaram-lhe que comesse ela o frango, tendo depois abandonado o local. A filha da empresária reconheceu sem hesitar um dos alegados envolvidos no assalto, e no essencial confirmou o depoimento da mãe, referindo ao Tribunal que no decurso no assalto não foi ameaçada pelos arguidos. Encapuzados e de rosto descoberto Das restantes testemunhas, duas delas, sócios-gerentes de postos de abastecimento de combustíveis, limitaram-se a relatar os factos que lhe foram transmitidos por funcionários, já que se encontravam ausentes os momentos dos assaltos. Outra testemunha, cliente de uma das bombas de gasolina da Embra, na Marinha Grande, e que aguardava para lhe abastecerem a viatura, descreveu o que presenciou, declarando que não se apercebeu do assalto, dele tomando conhecimento apenas pelo relato do funcionário. Por sua vez, um funcionário de um posto de abastecimento em Dois Portos, Torres Vedras, recordou que cerca das 20 horas, do dia 16 de Março de 2006, e quando já estava a “fechar a caixa”, lhe surgiram dois rapazes de cara descoberta, com deles a empunhar uma arma e retirar-lhe da mão um envelope com 400 euros, e ainda a carteira pessoal com 50 euros, ordenando-lhe que não saísse de onde estava, colocando-se em fuga. Um outro funcionário do mesmo posto havia sido assaltado dias antes, também sob ameaça de uma pistola e de uma outra arma, que não soube especificar, mas que lhe pareceu uma arma branca, já que sentiu uma picada nas costas, revelando ao Tribunal que neste assalto foram furtados cerca de 600 euros. Melhor sorte teve o funcionário de um posto de combustíveis em Tornada, Caldas da Rainha, que ao aperceber-se da presença de um carro suspeito a circular pelas bombas, ainda teve tempo de pedir socorro pelo telefone. O funcionário lembrou que no momento em que telefonava a pedir ajuda à GNR se lhe apresentaram dois indivíduos encapuzados ao postigo do posto, e que um deles lhe apontou uma arma, mas que ambos se puseram em fuga sem consumarem qualquer furto. O julgamento tem já mais três sessões agendadas: dias 28 e 30 do corrente, respectivamente, para audição das restantes testemunhas de acusação e início da prestação de depoimentos por parte das testemunhas de defesa, e finalmente, o dia 15 de Junho, este dedicado à fase de alegações finais.

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