A praia da Nazaré conta, desde o final o mês de Abril com o “regresso” ao areal de mais uma embarcação de pesca tradicional. Uma réplica da barca “Mimosa”, construída à exacta semelhança da original, vem juntar-se aos barcos da pesca do candil, da arte xávega e da lancha “Ilda” já colocadas na praia, junto ao posto de turismo.
A “Mimosa” era uma barca auxiliar da traineira, que fazia o transporte do peixe desde a zona das antigas bóias, ao largo, e a praia, para onde era puxada por tracção. Aqui, o peixe era descarregado e transportado para a lota. A recuperação da “Mimosa” insere-se num programa de preservação das antigas embarcações de pesca desenvolvido pela Câmara Municipal da Nazaré (CMN), em parceria com o Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso. No caso da “Mimosa”, não foi possível salvar a embarcação original, devido ao seu avançado estado de degradação e a réplica foi construída no estaleiro de António Luís Júnior, um dos poucos mestres de construção naval tradicional ainda no activo na Nazaré. “Recorrendo às antigas técnicas, foi usada madeira de pinho manso (na roda e contra-roda de proa, cavername e peças curvas) e pinho bravo (no costado, cintas, forros e bancadas), proveniente da zona de Cós/Juncal”, adianta uma nota da autarquia. Com um peso aproximado de tem um peso aproximado de quatro toneladas, a barca “Mimosa” possui 10.20m de comprimento, 3.3m de boca (largura) e 1.10m de pontal (altura). Além das embarcações referidas, foi também alvo de recuperação a barca salva-vidas “Nossa Senhora dos Aflitos”, lançada simbolicamente ao mar pelo anterior presidente da República, Jorge Sampaio. “Preservar as antigas embarcações de pesca tradicional da Nazaré, devolver ao areal a memória dos barcos que outrora o povoavam e contribuir para a preservação da vocação marítima da cultura local, são os principais objectivos deste investimento da Câmara Municipal da Nazaré”, conclui a nota da CMN.
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