Carlos Lourenço (à esquerda) parece apontar os caminhos do desenvolvimento para o Oeste enquanto que o ministro Mário Lino parece estar já a imaginar os aviões a deslocarem ou a aterrarem no futuro aeroporto da Ota.
“IV Congresso do Oeste” decorreu em Alcobaça Congressistas “aterraram” na Ota, “atracaram” nas marinas da Nazaré e Peniche… mas não conseguiram “andar” nos comboios da Linha do Oeste! Tiveram muito tempo para “jogar” golfe no Oeste em complexos turísticos de alta qualidade, “apostaram” na tradição, inovação e nas novas tecnologias e “piscaram o olho” a mais e melhores recursos humanos
António Paulo Os autarcas da zona Oeste elogiaram, no último sábado, o compromisso do Governo em avançar com a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota, mas reclamam agora uma discussão sobre os impactes e as consequências da infraestutura na região. “Agora que sabemos que há um calendário e que a obra vai ter início, falta-nos discutir a qualidade do aeroporto, o tipo de aeroporto e os impactos e consequências no nosso modelo de desenvolvimento”. O alerta foi lançado no encerramento do “IV Congresso do Oeste”, por Telmo Faria, presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Oeste (ADRO) e da Câmara Municipal de Óbidos (PSD), na sequência do anúncio por parte do ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações, Mário Lino, de que “durante o segundo semestre deste ano será lançado o concurso de concepção, construção e operação do novo aeroporto de Lisboa”. Classificando de “indiscutível” a localização do novo aeroporto na Ota, Telmo Faria, adiantou ainda que “o próximo congresso será em Alenquer em 2010 e não será só para se visitarem as obras do aeroporto, mas para se continuar a discussão, que deve começar agora, para se minimizarem os impactos negativos”. “O Oeste não quer ser um novo Algarve de Portugal”. Com esta afirmação, Telmo Faria lançou o desafio para a construção de uma “região nova”, numa zona do país que tem registado forte crescimento na área do turismo. “Mas de um turismo com uma oferta muito qualificada, com várias unidades hoteleiras de cinco estrelas e unidades residenciais de baixa densidade” salientou Telmo Faria. “Não falamos de time-sharing, nem de turismo massificado, mas de um conceito de altíssima qualidade, não para ser um novo Algarve, mas para ser uma região nova, um modelo novo de turismo em Portugal. Essa é a grande estrada do nosso desenvolvimento”, disse ao autarca frisando que “não podem ser esquecidos outros factores que caracterizam o Oeste, como o património e a agricultura”. Optimismo nas marinas e desilusão na Linha do Oeste A questão da construção da marina na Nazaré, foi uma das questões abordadas no decorrer do congresso, não só numa intervenção do presidente da Associação de Marinas e Portos de Recreio, Martinho Furtado, mas também no desafio lançado pelo presidente da Câmara Municipal de Peniche e vice-presidente da ADRO, António José Correia (CDU) ao seu homólogo Jorge Barroso (PSD), para a realização de uma “cimeira” entre as autarquias Peniche e da Nazaré, na qual esteja em reflexão o cluster do mar, no qual se integram por exemplo, a mobilidade e as potencialidades na área das energias alternativas. O congresso concluiu ainda pela reclamação de uma linha ferroviária moderna em vez da actual e antiga Linha do Oeste (Lisboa/Figueira da Foz). “Ficou aqui bem claro que é preciso investir mais (na Linha do Oeste), porque os planos são para investir muito pouco e isso exige uma mobilização de todos os cidadãos. Não esperem que sejam apenas os presidentes de câmara, tem de ser a região inteira, que a Linha do Oeste precisa de ter outra consideração”, disse Telmo Faria, lamentando não ter visto na administração da REFER ou no Governo “a mesma convicção” para a Linha do Oeste como a que viu sobre a construção do aeroporto na Ota. Em relação ao Programa Regional de Ordenamento do Território (PROT), Telmo Faria defendeu a necessidade de clarificar a linguagem, de modo a evitar uma documentação excessivamente tecnocrática, que afasta os cidadãos e as empresas, sublinhando que “temos de ter um plano que venha facilitar a revisão dos Planos Directores Municipais, um documento de orientação estratégica, um impulsionador da nossa iniciativa”.
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