Bombeiros de Peniche inovam no resgate em falésias
Os bombeiros das corporações dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça, Benedita, Pataias, Nazaré, Bombarral, Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche, simularam no passado sábado a queda de cinco pessoas numa falésia do Cabo Carvoeiro, em Peniche, com o objectivo de testar um sistema de salvamento inovador e uniformizar procedimentos na actuação de socorro. Num exercício de resgate em grande ângulo, os Bombeiros Voluntários de Peniche apresentaram um sistema que facilita o salvamento em arribas. O “Afastador”, assim se chama a peça, é um mono pé, que surge em detrimento do tripé utilizado para resgatar vítimas de quedas em falésias e arribas. “É um sistema que vimos numa revista e idealizamos este para nós porque o equipamento na versão original saíria muito caro para a corporação”, afirmou José Alexandre, chefe do Grupo de Resgate dos Bombeiros Voluntários de Peniche (GRBVP).
De acordo com o comandante o sistema permite resgatar as vítimas de forma “mais rápida e segura”, disse José Alexandre, coordenador da equipa, explicando que “o sistema que vimos na revista não é igual a este. É similar porque este tem mais coisas do que aquele que vimos na revista. Este tem duas roldanas e o da revista tem apenas uma. O outro é uma vara apenas e este tem dois afastadores, um em cima e outro em baixo que faz de cabo de segurança”. Em termos de recuperação das vítimas e do pessoal que faz o salvamento, o “Afastador” é “mais rápido e mais seguro” porque o cabo não vem a roçar na rocha, salientou. O “Afastador” funciona depois de feitos quatro furos numa superfície dura e consistente, rocha dura ou numa parede, onde são aplicadas as buchas que são aparafusadas. Quanto à eficácia do sistema em termos de rapidez o “Afastador” ficou operacional mais depressa que o tradicional tripé utilizado pelas outras equipas e ainda foi conseguido resgatar duas “vítimas” enquanto que os outros grupos que se socorreram do sistema antigo e tradicional apenas resgataram uma. A equipa do GRBVP treina, uma a duas vezes por mês com este aparelho, que já tem seis meses na corporação e que foi construído com o auxílio de uma empresa de Peniche, depois de desenhado o sistema por um elemento do grupo. “Está ali uma excelente obra de engenharia e é muito eficaz”, concluiu no final Pedro Lourenço, comandante operacional da Zona 3 do Distrito de Leiria e dos Bombeiros Voluntários do Bombarral., realçando o facto do equipamento ter sido desenvolvido pelos bombeiros de Peniche. CB
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