António Salvador Muito se fala sobre a localização do Aeroporto que irá servir a Área Metropolitana de Lisboa e sua grande Região. Parece que ninguém se entende e que há dúvidas depois de tanto tempo, estudos e debates. Como é possível não existir algum consenso político num investimento público nacional desta natureza e dimensão?

Há questões que se colocam: Os estudos técnicos não são úteis? Quantos milhões se gastaram? As eleições e o Poder são mais importantes do que uma boa decisão e o interesse de Portugal? A Política dos Partidos é mais importante que a Política Nacional? Tudo questões que iremos ajuizando… Após mais de vinte anos de estudos dizem que a escolha é a Ota como localização “menos má”: Não sei se há Cidadãos comuns que aceitem que um investimento de valor tão elevado seja decidido com base em decisões “menos más”. Afinal qual é a melhor decisão? Enquanto uns tentam inverter as decisões já tomadas com base em critérios técnicos (entre outros) que alguns grupos económicos e políticos querem fazer valer, em nome de interesses sobretudo imobiliários, a Região Oeste (a que pertence Alcobaça e Nazaré), aguarda com expectativa que o Aeroporto seja na Ota. Será assim tão fulcral para a nossa Região que a Ota seja escolhida se, na outra margem do Rio Tejo, com uma nova ponte (necessária, em qualquer solução), a distância é pouco maior? Não é vital, mas o factor “localização”, mesmo numa economia global, será sempre importante, quanto mais não seja pela afirmação entre Regiões, aspecto que poderá ser determinante nas decisões de investimento no contexto Nacional e Europeu. Em princípio, um aeroporto “por perto” significa mais potencial de riqueza e desenvolvimento para a Região que lhe é próxima. Mas também significa pressão urbanística, Por isso, serão determinantes as políticas da paisagem, as vias de comunicação e as infra-estruturas que definem a “rede territorial” da Região onde vivemos. No Oeste, temos de adoptar um modelo territorial sustentado e uma boa organização: na ocupação, nas redes estruturais, no Turismo e nos Serviços, mas também no Ambiente e na Paisagem (factores que devem valorizar a nossa singularidade), mas temos de estar atentos à elevada pressão infraestrutural e urbanística que se antevê. Pela nossa riqueza Paisagística e Cultural e com uma localização de excelência, podemos almejar ter futuro como Região onde se irá desenvolver o Turismo e os Serviços, nas mais diversas vertentes, desde que saibamos proteger e valorizar o que temos de melhor!