Executivo obrigado a agir
O Instituto Nacional da Água (INAG) foi claro: ou o areal a menos de cem metros da base do promontório é interdito, ou a Praia da Nazaré fica sem Bandeira AzulJoana FialhoA Praia da Nazaré vai perder uma das zonas mais frequentadas pelos veraneantes. Em questão está o areal que se estende do forte de São Miguel até à base do Promontório, que o INAG quer ver interdito já neste verão. A alternativa à interdição será a perca da bandeira azul, o galardão que distingue as melhores praias do país e que é actualmente considerado por muitos um importante critério na escolha do destino balear pelos turistas.
A questão foi levantada por Jorge Barroso, presidente da Câmara Municipal da Nazaré (CMN) na reunião ordinária da passada segunda-feira, que quis ouvir as opiniões do restante executivo camarário. Na base da decisão do INAG, também defendida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e pela Bandeira Azul, está um estudo que afirma que a extensão da zona de segurança deverá ser igual à da altura da falésia, cem metros, uma medida que para o presidente da autarquia “é exagerada, mas que terá que ser respeitada”, uma vez que o tempo necessário para a realização de um estudo contraditório é superior ao que a autarquia dispõe para tomar uma decisão. No entanto, “interditar uma vasta zona de areal é preferível a perder o galardão que certifica a alta qualidade da praia”, uma situação que vai ser combatida pela autarquia para o Verão de 2008, ficando para já assente a solicitação junto de uma entidade competente, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), de um estudo que comprove que a imposição de cem metros como zona de segurança é uma medida exagerada. Esta é, de resto, uma opinião defendida por todos os vereadores, com excepção de Vítor Esgaio, para quem interditar uma área tão grande de areal, sobretudo uma das mais concorridas, será muito mais prejudicial para o turismo da Nazaré. Questionada pela oposição quanto à possibilidade de exercer pressão junto do INAG para que a decisão não tenha que ser tomada para já, a vereadora responsável pelo pelouro do Ambiente, Mafalda Tavares, garantiu que “ainda se tentou que o técnico do INAG viesse à Nazaré para rever o estudo, mas ele foi peremptório quando afirmou que a sua decisão se iria basear nas conclusões do estudo existente”. O executivo vê-se, assim, obrigado a aumentar drasticamente a área de segurança na base do Promontório, uma situação que espera ver regularizada no próximo ano.
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