Maioria PSD aprovou Carta Escolar com abstenção da oposição

Turismo e artes contemplados em documento escolar estratégicoO executivo camarário aprovou, esta segunda-feira, a Carta Escolar do concelho de AlcobaçaJoana FialhoDois cursos de nível III na área do turismo, “Gastronomia” e “Guias Turísticos” e a criação de uma escola de Artes e Espectáculo são algumas das apostas da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA) para a educação no concelho nos próximos anos. As novidades foram avançadas por Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA), na última reunião pública do executivo, onde a maioria PSD apresentou à oposição a Carta Escolar do concelho.

Os cursos de turismo deverão ser leccionados na Escola de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister e a sua criação prende-se, de acordo com o edil, com o facto de Alcobaça ser um concelho que “quer apostar no turismo como uma mais-valia”. Já para a criação da Escola de Artes e Espectáculo, que deverá funcionar na Escola D. Pedro I concorre a necessidade de oferecer formação numa área que cada vez tem mais adeptos no concelho, que conta com a existência de vários grupos de teatro e grupos musicais, bem como uma companhia profissional de dança e outra de teatro de marionetas. Gonçalves Sapinho afirmou ainda que há necessidade, no concelho, de oferecer mais formação profissional, que deverá ser entregue a entidades certificadas. O Ensino Superior também não foi esquecido no documento, estando para já prevista a criação da Fundação Colégio Universitário Nossa Senhora da Conceição que, sob “matriz da autarquia e orientação da Universidade de Coimbra”, vai coordenar todas as a restauração do ensino superior na cidade de Alcobaça. Encerramentos no Básico Já antes da conclusão da Carta Educativa, a polémica estava lançada com o anúncio do encerramento de várias escolas do 1º ciclo do ensino básico no concelho, já a partir do próximo ano, em cumprimento das directrizes do Governo que quer encerrar a escolas com menos de 20 alunos. O ensino pré-escolar e do 1º ciclo deverá agregar-se, a médio prazo, em cerca de 20 complexos escolares maiores e com melhores condições, o que na opinião da vereadora da Educação da CMA, Alcina Gonçalves, vai permitir “igualdade de oportunidades às crianças das várias localidades do concelho” e ao mesmo tempo “rentabilizar as estruturas e os recursos humanos”. No entanto, a construção destes centros escolares, que ascende a vários milhões de euros, depende do financiamento do Governo no âmbito do QREN (Quadro de Referência de Estratégia Nacional) que vai vigorar em Portugal entre 2007 e 2013. Para já, a prioridade é a construção do Centro Escolar para o agrupamento de escolas de Alcobaça, que vai ser construído na Quinta da Cova da Onça, logo seguido pelas freguesias de Benedita e Pataias. Para trás ficou o Centro Escolar da Cela, uma decisão bastante contestada pelo vereador da CDU, Rogério Raimundo. Oposição opta por abstenção Já na reunião ordinária os vereadores da oposição tinham lamentado a falta de tempo para analisar e discutir a carta Educativa antes da sua aprovação, optando pela abstenção na votação do documento. Dulce Bagagem, do PS, considerou o documento “simplista”, enquanto Rogério Raimundo lamentou a “falta de discussão pública” da questão e a “pressa” na sua votação. A Carta Educativa foi elaborada ao longo dos últimos meses por técnicos da CMA, que procederam a um levantamento minucioso de todas as informações relativas às escolas do concelho, no que diz respeito a materiais, estruturas, recursos humanos e alunos. Aprovado na segunda-feira pelo executivo alcobacense, o documento será ainda esta semana avaliado pelo Concelho Municipal da Educação, e será apresentado à Assembleia Municipal no próximo dia 28. A versão final deverá ser entregue ao ministério da Educação durante o mês de Março.