“Sim” e “não” em troca de argumentos

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Deputadas Ofélia Moleiro (PSD), Odete João e Sónia Fertuzinhos (ambas do PS)Campanha em Alcobaça e Nazaré em torno do referendo sobre a IVG Joana FialhoNo passado sábado as deputadas à Assembleia da República, Ofélia Moleiro (PSD) e Sónia Fertuzinhos e Odete João (ambas do PS), defensoras do “sim”, estiveram em Alcobaça para participarem numa sessão […]
Sim e "não" em troca de argumentos

Deputadas Ofélia Moleiro (PSD), Odete João e Sónia Fertuzinhos (ambas do PS)Campanha em Alcobaça e Nazaré em torno do referendo sobre a IVG Joana FialhoNo passado sábado as deputadas à Assembleia da República, Ofélia Moleiro (PSD) e Sónia Fertuzinhos e Odete João (ambas do PS), defensoras do “sim”, estiveram em Alcobaça para participarem numa sessão de esclarecimento em torno do referendo sobre e Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Perante cerca de três dezenas de assistentes, Ofélia Moleiro, sublinhou a “experiência nova fazer campanha no distrito com o PS e o BE, prova de que esta não é uma questão partidária”, indicando que se há oito anos votou “contra”, agora defende o “sim”. “Era meu entendimento que só uma inconsciente engravidava e que, engravidando, teria apoio”, referiu a deputada social-democrata para vincar que “afinal durante estes oito anos fomos assistindo a casos, uns mais mediáticos que outros, em que a justiça não só investigou – como a lei manda – como condenou, nalguns casos a 3 anos de prisão”. “Mas se condenamos o julgamento e penalização das mulheres, de que vale termos uma lei que depois não é para cumprir?” interrogou Ofélia Moleiro, acrescentando que “somos o único País da UE que leva mulheres a tribunal, apesar de já termos recebido recomendações da Organização das Nações Unidas para não criminalizarmos a IVG”.

Para a deputada do PS, Sónia Fertuzinhos, “o aborto clandestino cria uma profunda desigualdade entre homens e mulheres – entre os que têm mais e os que têm menos recursos” sublinhando que “a lei actual fragiliza as mulheres”. “Se temos uma lei não eficaz, que provoca um mal maior, e se ninguém quer que a lei seja aplicada, estas são razões suficientes para uma quarta excepção: permitir a IVG até às 10 semanas”, afirmou a Sónia Fertuzinhos, alertando contudo que “”na origem de uma IVG está uma gravidez não desejada, sendo por isso preciso investir no planeamento familiar”.Debates na Nazaré e procissão em PataiasEntretanto tendo por principal objectivo proporcionar, ao público em geral, informação sobre a matéria que será posta a referendo no próximo dia 11 de Fevereiro, esta noite (quarta-feira, dia 31), pelas 21 horas, no Centro Cultural da Nazaré, terá lugar um debate promovido pela Assembleia Municipal local, que terá como participantes a deputada Isabel Vigia (PS) pelo “Movimento de Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”, e um representante da Plataforma “Não Obrigado”. A despenalização da prática do aborto até às dez semanas de gestação, por vontade da mãe, e a questão do valor da vida intra-uterina serão, certamente, algumas das questões em debate nesta iniciativa.Na próxima sexta-feira (dia 2 de Fevereiro) pelas 21 horas e de novo no Centro Cultural da Nazaré, será o “Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim” a promover uma sessão pública para apelar ao voto no “sim” no referendo à despenalização da IVG, na qual participarão além de dirigentes do Bloco de Esquerda, a advogada Isabel de Castro e o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso.Para amanhã à noite (dia 1 de Fevereiro), pelas 21 horas, de acordo com um anúncio publicado no boletim paroquial de Pataias, Alcobaça, está prevista a realização de uma missa seguida de uma procissão, na qual será utilizada a imagem de uma santa grávida – Nossa Senhora da Esperança -, iniciativas ainda que de uma forma indirecta visam apelar ao voto “não” contra a proposta de despenalização da IVG. “Vamos rezar para que todas as pessoas saibam dizer não a todas as formas de violência e de morte sobretudo dos mais frágeis e indefesos…”, constitui o conteúdo do apelo inscrito no boletim pelo padre Virgílio Rocio, lado a lado com informações várias relacionadas com a actividade paroquial, tais como os lucros apurados nas festas, donativos recebidos, próximos casamentos e as reuniões com catequistas.Ainda que não sendo efectuada qualquer referência explícita à despenalização da IVG, o teor do “anúncio” está a provocar controvérsia na freguesia, onde à boca pequena reina a divisão de opiniões entre os habitantes, com uns a manifestarem apoio à iniciativa do padre Rocio e outros a repudiarem-na.

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