Alegadas deficiências de construção na A8 vão ser analisadas pela PGRObservatório de Segurança das Estradas queixa-se à Procuradoria-Geral da RepúblicaA Auto-Estradas do Atlântico desconhece o estudo que aponta deficiências na A8 garantindo que os índices de sinistralidade nesta via são dos mais baixos do paísCarlos BarrosoA Auto-Estradas do Atlântico (AEA) desconhece o estudo que aponta deficiências na A8, entre Lisboa e Leiria, da qual é concessionária, garantindo mesmo que os índices de sinistralidade nesta via são dos mais baixos do país, revelando que “a A8 é das estradas nacionais mais seguras e que tem dos mais baixos índices de sinistralidade”. “Não temos dados que permitam concluir que a A8 – nomeadamente o troço mais antigo entre Loures e Caldas da Rainha – esteja tão perigoso como refere o Observatório, e além disso a Estradas de Portugal, que é a entidade fiscalizadora, nunca apontou qualquer risco à A8”, frisou a mesma fonte.
Esta reacção surge na sequência de declarações do presidente do Observatório de Segurança das Estradas (OSE), que anunciou a intenção de apresentar, duas queixas-crime na Procuradoria-Geral da República por deficiências nos traçados do Eixo Norte/Sul, em Lisboa, e na Auto-Estrada do Oeste. O OSE é uma organização não governamental – constituída por juízes, engenheiros e advogados -, que pretende provar que os erros cometidos na construção ou manutenção das estradas são causadores da grande maioria dos acidentes de viação. O seu presidente, Nuno Salpico, explicou que na origem das queixas está um estudo de 2005 que identifica várias vias com traçados perigosos, com curvas que violam regras de segurança, entre as quais o Eixo Norte/Sul, a A8 e o IP4, entre Porto e Bragança.Já no passado dia 25, foi entregue na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma primeira participação criminal referente ao traçado do Eixo Norte-Sul, devido ao desenho de algumas curvas entre o viaduto Duarte Pacheco e o Aqueduto das Águas Livres. Uma segunda participação criminal, tem entrega marcada na PGR para o dia de hoje (31 de Janeiro), desta feita relativa ao traçado da A8. “Esperámos que alguma coisa fosse feita para corrigir os traçados, mas, como isso não aconteceu, decidimos avançar com as queixas-crime para a PGR”, adiantou o presidente do OSE.De acordo com dados fornecidos pela AEA, o ano de 2005 registou menos quatro vítimas mortais que 2004 e dos acidentes que causaram vítimas, no ano de 2005 registaram-se em 11 dos quais resultaram duas mortes, enquanto que no ano de 2004 houve 12 acidentes que causaram seis mortos. Relativamente ao ano de 2006, a empresa disse que ainda não ter dados disponíveis.A AEA reitera que “sistematicamente”, e desde que em 1998 foi concessionada, a auto-estrada tem procedido a obras de beneficiação da via, admitindo, contudo, que entre Loures e Caldas da Rainha “o piso é menos confortável do que entre as Caldas e Leiria”, reafirmando que tem procedido a obras “sempre que se verificam abatimentos no piso”.
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