Por Joaquim Pequicho Perante a confrontação com a realidade portuguesa de em 2000, 64.2% da população activa não possuir o 9º ano de escolaridade, é publicada a 5 de Setembro de 2001, a portaria 1082 que cria o Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Desde essa altura, têm sido criados diversos Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (CRVCC), espalhados por todo o País. O diagnóstico Social do Concelho da Nazaré “denunciou” que 70.8% da população residente no concelho da Nazaré não possui o 3º ciclo do ensino básico (9º ano) e que a população desempregada tem um baixo nível de escolaridade, sendo que, a faixa etária dos 20-24 anos, é a mais atingida.
A CERCINA, perante esta realidade, sentiu que tinha que fazer algo. Decidiu avançar com a criação de um CRVCC, que em Setembro de 2006, foi apresentado pelo Primeiro-ministro, em conjunto com mais 119 novos centros denominados Centros Novas Oportunidades. Pondo de parte uma abordagem sobre o slogan político, pensamos que a denominação é feliz. É uma “nova oportunidade”, para a CERCINA, pois, sem se desviar da sua missão, pode alargar a sua oferta de respostas às necessidades sociais, educativas e formativas da população nazarena. É a “grande” oportunidade, para todos aqueles que desejam ver reconhecidas as suas competências e saberes adquiridos ao longo do seu percurso de vida. As competências adquiridas pelos pescadores nas artes de pesca, pelas cozinheiras nas artes de bem cozinhar, pelos construtores na edificação de casas e prédios ou pelos taxistas no transporte dos passageiros, são vários exemplos que podem e devem ser reconhecidos, como um acto de justiça social. O processo RVCC é um percurso que permite obter uma Carteira Pessoal de Competências e um Certificado Oficial e equivalente ao 4º, 6º e 9º ano de escolaridade (ensino básico e obrigatório), válido para todos os efeitos legal. Usando as palavras do Sociólogo Émile Durkheim, “é preciso sentir a necessidade da experiência, da observação, ou seja, a necessidade de sair de nós próprios para aceder à escola das coisas, se as queremos conhecer e compreender.”
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