Turismo, Património e Ambiente debatidos em Alcobaça^Partidos políticos promovem debate sobre questões ambientais e turismoEcologistas preocupados com impactes de empreendimentos turísticos no concelho de AlcobaçaJoana FialhoUm ano depois das eleições autárquicas a Coligação Democrática Unitária (CDU) e a comissão concelhia do Partido Comunista Português (PCP) de Alcobaça promoveram um debate sobre Património, Turismo e Ambiente. A iniciativa decorreu no passado dia 9, no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça e contou com as intervenções de Lino Paulo, do PCP e de Antero Resende, do Partido Ecologistas “Os Verdes” (PEV), num debate moderado por Rogério Raimundo, vereador da CDU na Câmara Municipal de Alcobaça.
Em cima da mesa estiveram os grandes empreendimentos turísticos anunciados pelo presidente da autarquia, José Gonçalves Sapinho, para Pataias e São Martinho do Porto, que vão ocupar centenas de hectares de terreno, grande parte sob regime de reserva ecológica, e implicar um investimento milionário, e o impacte que estas construções podem ter no meio ambiente do concelho de Alcobaça. Para Rogério Raimundo “as questões ambientais que estes empreendimentos turísticos implicam estão a ser camuflados pela promessa de mil empregos directos e 1500 indirectos, bem como da dinamização do património histórico espalhado pelo concelho”, que considera estarem “constantemente a ser cantadas pelo presidente do Município, José Gonçalves Sapinho”.Numa exposição muito voltada para o ambiente, Antero Resende explicou que o facto de estes empreendimentos se basearem sobretudo em campos de golfe é uma ameaça iminente à qualidade da água e dos solos, ameaçando a fauna e a flora, pelo uso de herbicidas e pesticidas variados. O ecologista acrescentou ainda que a manutenção destes espaços implica um gasto extremamente excessivo de água, um recurso cada vez mais valioso.Já Lino Paulo alertou para o facto de que a construção destes empreendimentos pode ameaçar aquela que é uma das principais actividades económicas da zona Oeste, a agricultura. Os empreendimentos turísticos projectados para o concelho, vão ocupar uma vasta área de terrenos férteis e ameaçam gravemente recursos hídricos extremamente valiosos. Além disso, muitos destes terrenos pertencem a reserva ecológica, e o facto de se possibilitar que grandes grupos imobiliários aí construam só revela que “para uns nada é possível, para quem tem grande poder económico tudo passa a ser possível”. Outra das questões que mais preocupa o militante comunista é a especulação que já se começa a manifestar. Na sua opinião “a nova Lei da Água prevê a privatização do litoral, possibilitando a venda de terrenos costeiros. Desta forma, o acesso às praias passa a ser privado e isto pode acontecer com as praias do concelho de Alcobaça” deixando no ar a pergunta “que futuro querem os alcobacenses para a sua terra?”
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