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A banalização da mentira

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António FialhoColunista .Título de obra literária de José Luís PeixotoBush iniciou o ciclo da mentira à escala global quando, em nome da busca de armas de destruição maciça no Iraque, invadiu, destruiu e massacrou um país, deixando-o mais inseguro e mais pobre, envolvido em guerras tribais, essas sim de destruição maciça de um povo. Antevê-se […]

António FialhoColunista

.Título de obra literária de José Luís PeixotoBush iniciou o ciclo da mentira à escala global quando, em nome da busca de armas de destruição maciça no Iraque, invadiu, destruiu e massacrou um país, deixando-o mais inseguro e mais pobre, envolvido em guerras tribais, essas sim de destruição maciça de um povo. Antevê-se um novo Vietname para as tropas americanas, com a mesma fuga precipitada, deixando atrás só a destruição e a morte, sem governo e sem futuro, confirmando a inutilidade do hediondo gesto do poder monopolista.

O primeiro-ministro húngaro, numa reunião do seu partido, declarou que o seu governo nada tinha feito pela economia do país durante quatro anos! Que tinha mentido durante mais de ano e meio… Com as suas mentiras ganhou as eleições de Abril passado. Tinha mesmo prometido baixar os impostos, aumentar as pensões e melhorar o sistema de saúde. O resultado ficou longe das promessas o que provocou a ira da população, com manifestações de rua e a polícia a intervir, provocando centenas de feridos.O primeiro-ministro da Hungria nada mais fez que revelar publicamente o que é óbvio na generalidade da vida política, em todos os países do mundo: há que mentir para alcançar. Mas a Hungria fica longe, não nos diz grande respeito, ainda que actualmente esteja debaixo do mesmo chapéu europeu que nos tem protegido.Esforcemo-nos então por perceber se o que por lá se passa, também acontece em mais algum lugar, por exemplo neste ensimesmado e triste Portugal.O nosso primeiro-ministro também prometeu baixar os impostos, aumentar as pensões e os salários, melhorar o sistema de ensino, justiça e saúde, o choque tecnológico, o maná.Sob a tutela temporal e a fúria do campeonato do mundo de futebol, com o exorcismo inútil e desmiolado das bandeiras, hoje rotas e envelhecidas quando e onde ainda tremulam, assistimos, os que não se distraíram com o folclore futebolístico, à mais produtiva nascente de medidas, exactamente ao invés do que tinha sido prometido.Em nome do défice económico e da promessa do bem-estar, que não se vislumbra, os impostos vão aumentando para activos e até para reformados, a justiça, onde decorrem reformas polémicas e cujo alcance e bonomia estão ainda por apurar, não dá indícios de melhoras, a instabilidade da vida dos funcionários públicos, transformados em inimigo público principal, é a moeda corrente. O sistema de saúde, com o fecho de muitas maternidades e urgências hospitalares, com os aumentos das taxas “moderadoras-disciplinadoras” vai a caminho da rotura e, como sector de actividade apetecível, indicia-se a sua privatização. Há por aí quem esteja disposto, pagando nós, claro, a tratar-nos da saúde… O ensino aparece não na primeira linha das prioridades das intervenções e fonte de galvanização da economia e da cultura do país mas como a frente de ataque onde cada medida é exemplar do que se pode revelar como contrário ao efeito que se pretende.Mas a mentira, como a luz e o exemplo vêm de cima. Os nossos heróis actuais, os que enchem os telejornais e a imprensa escrita, são os Isaltinos, os Madaís, os Valentins. Tudo bons rapazes, exemplos de honestidade sem limites e os maiores detentores da verdade. Com exemplos e valores destes não se vislumbra que haja reforço da moral colectiva e que a verdade e a honra possam vir a ser o paradigma e não a excepção.Há que fingir sempre que se é feliz, rico, de boas famílias e maneiras, tudo em nome do bem-estar e da glória pessoal de cada um!… Vivemos um tempo em que a encadernação vale mais que o conteúdo, em que o amor, a solidariedade e a lealdade estão a caminho da falência, em que se convive todos os dias com a mentira e a traição mesquinhas, de tal forma que, parafraseando Diógenes, só nos falta acender a candeia, que terá de ser bem potente, para tentar encontrar a verdade.Quando teremos a coragem de denunciar esta mentira diária e universal e, como Cristo fez, varrer os vendilhões do Templo?

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