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“Teatro em Curso” é o novo projecto dinamizado pela actriz Antónia TerrinhaDepois do final da Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré, Antónia Terrinha aposta em novo projectoAntónia Terrinha lança novo projecto após o fim anunciado da Companhia Residente do Teatro Chaby PinheiroLiliana JoãoAnunciada a extinção da Companhia Residente do Teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré […]

“Teatro em Curso” é o novo projecto dinamizado pela actriz Antónia TerrinhaDepois do final da Companhia do Teatro Chaby Pinheiro da Nazaré, Antónia Terrinha aposta em novo projectoAntónia Terrinha lança novo projecto após o fim anunciado da Companhia Residente do Teatro Chaby PinheiroLiliana JoãoAnunciada a extinção da Companhia Residente do Teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré , (ver REGIÃO nº 72), a actriz Antónia Terrinha, que em conjunto com Cândido Ferreira estava à frente da companhia, continua na Nazaré, e aposta agora num novo projecto teatral que assentará na apresentação de espectáculos mais intimistas e de pequenos espaços.

”Teatro em Curso” é a nova companhia criada por Antónia Terrinha, que em conjunto com um grupo de actores, pretende levar à cena “espectáculos pequenos, de sala, tendo por base um teatro comunicativo”, pelo menos “na minha secção”, como refere a actriz, que admite gostar mais de fazer “um teatro mais comunicado, para todos, que tenha uma ligação com o público, até porque nos dá mais liberdade para que também nos possamos libertar”. Desvendando um pouco a actividade futura da Associação “Teatro em Curso”, Antónia Terrinha adianta que “temos planos para dois espectáculos, e entretanto, estamos a pensar fazer um espectáculo maior, para crianças a partir dos três anos”. “A Bruxa Mimi”, será o nome da peça infantil, que já tem uma primeira apresentação agendada para Alcochete, será um espectáculo baseado no livro com o mesmo título, que já ganhou o prémio de melhor livro infantil. “Como gosto de trabalhar para todos, e muito em especial para a juventude, este é um projecto muito interessante”, explicou Antónia Terrinha. “A Bruxa Mimi”“A “Bruxa Mimi” tem um pouco a ver com a ideia de que não é preciso mudar o mundo à nossa imagem mas sim tentarmos mudar também, porque é preciso ceder”, explica a actriz, confessando que “não gosto de fazer peças, gosto de pegar em textos e contos e trabalhá-los para fazer as dramatologias e as cenografias”. “Esta é uma excelente parábola para os mais pequenos e que tem uma mensagem muito bonita”, explica a actriz, considerando que “é muito importante fazer bons espectáculos para a infância e juventude, que deve ser acompanhada por adultos, até porque sou da opinião que o bom teatro para a infância é aquele em que os adultos se divertem mais, porque percebem tudo, inclusive as entrelinhas”. Este espectáculo, tal como os outros da Associação “Teatro em Curso”, serão “para vender e para itinerância” , refere a actriz, acreditando que “A Bruxa Mimi” será apresentada na Nazaré, numa peça que “muito provavelmente já será possível de ver dentro de seis meses”. Antónia Terrinha está ainda a pondera r se continuará a viver na Nazaré, mas se isso acontecer, afirma ter uma vontade enorme de trabalhar com os idosos porque é um trabalho que sempre adorei fazer, para além de ser fundamental para o interesse público”.“A Companhia Residente falhou”“Ainda hoje não consigo perceber como é que uma companhia de teatro tendo um espaço para trabalhar e representar, como é o Teatro Chaby Pinheiro, uma casa para acolher os actores residentes – apesar de eu ter preferido alugar uma casa – com cedência de refeições, e com apoio da autarquia, não andou para a frente. É uma situação que até hoje ainda estou para digerir e entender”. É assim que Antónia Terrinha comenta o final da companhia residente do Teatro Chaby Pinheiro e que da qual fazia parte. À procura de explicações, Antónia Terrinha sustenta que “as companhias de teatro só conseguem sobreviver, se para além, dos apoios do Ministério da Cultura, vendam espectáculos”. “No meu ponto de vista, a companhia falhou precisamente nesta vertente, e acho que não podia vingar do modo em que se encontrava a funcionar”, referiu a actriz, reforçando a ideia de que “uma companhia tem que estar preparada para funcionar com ou sem subsídio estatal, e a verdade é que houve uma má gestão do dinheiro da Companhia”. De acordo com a actriz, “a Companhia não tinha apenas a obrigação de fazer três espectáculos anuais, mas também tinha de dar apoio nas escolas e apoio social, vertente que eu o outro actor, o Fernando Ascensão, sempre garantimos e continuamos a garantir, mesmo depois de não haver nenhum dinheiro”. No entanto, em Maio passado essa disponibilidade terminou já que, como Antónia Terrinha sublinha “porque por muita boa vontade que haja, nós temos que ganhar dinheiro para que possamos sobreviver, e assim não dava mais”. “Depois de ter sido deixada sozinha aqui na Nazaré, pessoalmente, tinha algum dinheiro de parte que deu para sobreviver todo este tempo na Nazaré, e que também investi na realização da “A Dama Pé de Cabra”, o último espectáculo para as escolas, apresentado no passado Dezembro”. “Duas linhas de orientação”“A companhia falhou porque, no seu seio, havia duas linhas de orientação: uma que achava que não era preciso estar com a povoação em que se está a trabalhar e para quem se está a trabalhar, e uma outra que pensava o contrário”. Esta divergência é apontada por Antónia como um dos factores que terá contribuído para o final da Companhia, porque “para além de garantir a qualidade, há que ir também, ao encontro do público, e não se pensar em trabalhar exclusivamente para um “teatro de elite”, esquecendo a população”. Sentindo-se também responsável “pelo fracasso do projecto”, porque “não deveria ter compactuado com situações que levaram a que as coisas chegassem a este ponto”, Antónia Terrinha lamenta o fim da Companhia e reconhece que “o projecto está mais que extinto, porque não conseguiu afirmar-se no Ministério da Cultura, não conseguiu impor-se junto da população, não vendeu espectáculos e não fez digressão”. “É um projecto acabado, o que é lamentável”, conclui.

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