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Dez andares de preocupações

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Monstro de betão armado abandonado na Benedita preocupa comunidadePrédio “Amoreiras” preocupa comunidade e autoridades da vila da BeneditaUm big esqueleto de betão armado está transformado num big problema socialAntónio Paulo Numa observação à distância o prédio multicolor desperta a atenção, mas visto ao perto deixa ver uma obra megalómana, inacabada, abandonada, vandalizada, degradada, cenário de […]

Monstro de betão armado abandonado na Benedita preocupa comunidadePrédio “Amoreiras” preocupa comunidade e autoridades da vila da BeneditaUm big esqueleto de betão armado está transformado num big problema socialAntónio Paulo Numa observação à distância o prédio multicolor desperta a atenção, mas visto ao perto deixa ver uma obra megalómana, inacabada, abandonada, vandalizada, degradada, cenário de actos ilícitos e depósito de imundície. Iniciado há cerca de duas décadas, o imóvel desmesuradamente grande para a malha urbana tradicional da vila da Benedita, o inacabado prédio das “Amoreiras” ou “Tomás Fonseca”, como é conhecido localmente, constitui uma fonte de preocupações ao nível social, para a comunidade e autoridades policiais locais.

Idealizada há cerca de vinte e cinco anos, licenciada pela Câmara Municipal de Alcobaça (CMA), e promovida pela empresa de construção civil do arquitecto Tomás Fonseca, com recurso a financiamento da Caixa Geral de Depósitos, a obra a ver-se-ia mais tarde envolvida num conturbado processo de reivindicações de posse e partilhas familiares dos terrenos, mas a construção do imóvel foi avançando e acabou por chegar a uma fase de pré-acabamentos, já com portas e caixilharias de alumínios colocadas. Seria nesta fase, que uma interrupção nos financiamentos, justificada por um alegado incumprimento contratual com a banca, levou à interrupção dos trabalhos que se mantém até aos dias de hoje. Neste lapso de tempo, portas e caixilharias e outros materiais de valor e transportáveis, voaram para mãos alheias, e o espaço passou a ser utilizado, sobretudo, por toxicodependentes, que continuam a demandar o seu interior, para práticas que importa esconder da luz do dia, e por jovens das vizinhas escolas que para ali se deslocam, para praticarem actividades radicais, como o skate, recorrendo a meios improvisados no local, conhecido entre eles por “big fuck”. Uma frequência ou possibilidades de o fazer, que causa muitas dores de cabeça aos encarregados de educação dos jovens alunos, conhecedores das actividades marginais ali praticadas. Apesar de “poucas queixas formais”, quem não vê com bons olhos a existência do mamarracho abandonado, é o comandante do posto da GNR local, Carlos Nogueira, quando defende que “aquilo deveria ter uma solução, que no imediato, deveria passar por um emparedamento, que de forma eficaz, impeça o acesso às caves e aos andares”, porque, sustenta, “está ali um potencial centro de delinquência, sobretudo, relacionado com o tráfico e consumo de estupefacientes, com a agravante de se encontrar a cerca de meia centena de metros de estabelecimentos de ensino”. Das suas preocupações, Carlos Nogueira, refere já ter dado conta ao poder autárquico, ainda que de forma “informal”, aguardando, que “em breve sejam tomadas as medidas adequadas à situação de risco social que ali se encontra”.Cartas e mais cartas sem respostaSobre a quem pertence o “Amoreiras” as indicações são contraditórias, ou no mínimo não existem certezas. José Vinagre que nas últimas duas décadas exerceu as funções de presidente da Junta de Freguesia local, adiantou ao REGIÃO que “todas as cartas que escrevi à Caixa Geral de Depósitos, para pedir autorização para vedar o prédio, no pressuposto de que seriam eles os donos do imóvel, ficaram sem resposta”. “Por isso, ainda hoje desconheço quem é o proprietário, recordando-me, contudo, que por duas vezes com hastas públicas marcadas, nas vésperas estas acabaram por ser canceladas”, recorda o agora vereador da Câmara Municipal de Alcobaça (CMA), salientando que para além do “foco de práticas marginais” que imóvel potencia, “existe o perigo decorrente da inundação das caves que no Inverno ficam cheias de água: se alguém, em especial algum miúdo, ali cair sozinho e não souber nadar, dificilmente poderá ser socorrido e salvo em tempo útil”.Já para a actual presidente da Junta de Freguesia, Maria José Filipe, garantiu ao REGIÃO que “o edifício pertence mesmo à Caixa Geral de Depósitos, a quem já escrevemos várias cartas neste mandato a tentar saber que medidas pretendiam tomar em relação ao estado de abandono do prédio, mas até hoje não obtivemos qualquer resposta”. “Tendo em conta que ali ocorre tudo o que há de mau, e que está em causa a segurança da população, sobretudo da mais jovem, até final deste mês, vamos pedir à Câmara Municipal de Alcobaça, que ao abrigo das disposições legais em vigor, proceda ao emparedamento de todas as entradas do prédio, debitando posteriormente as despesas aos proprietários”, anuncia a autarca. “Emparedamento”, que Carlos Bonifácio, vereador na CMA, com o pelouro das Obras Particulares, quer “impor”, assim que “conseguir identificar e notificar o proprietário do imóvel, no meio de um processo que é um embrólglio com mais de vinte e cinco anos”. “Aquilo é de facto uma fonte de preocupações, que não pode continuar como está”, sublinha.Funcionários da agência local da CGD garantiram ao REGIÃO que o banco é o proprietário do imóvel, informações que apesar dos contactos desenvolvidos, não foram possíveis confirmar em tempo útil junto do Departamento de Gestão de Imóveis desta instituição bancária.

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