O espectáculo de rua “O Nariz” foi um projecto da companhia do Chaby PinheiroAnunciado o fim da companhia residente do Teatro Chaby Pinheiro na Nazaré A funcionar há cerca de dois anos, a companhia residente do Teatro Chaby Pinheiro cessa actividade Liliana JoãoJorge Barroso, presidente da Câmara Municipal da Nazaré, anunciou na passada segunda-feira, em reunião camarária, o fim da companhia de teatro residente no Teatro Chaby Pinheiro.
No sentido de aprovar um subsídio final de 10 mil euros para “pagar compromissos antigos e não para prolongar a actividade”, como explicou Jorge Barroso, este subsídio irá ficar suspenso até que a companhia apresente as contas referentes ao ano de 2005. “Alguém tem que dar o pontapé de saída. Por aquilo que me foi dito, estes 10 mil euros irão resolver as coisas e serão suficientes para liquidar as dívidas”, referiu o presidente da Câmara Municipal da Nazaré que admite que “este projecto não teve continuidade já que não foram atribuídos apoios estatais ao projecto. Assim, não havendo estes apoios estatais vamos dar um fim ao projecto já que a autarquia não tem capacidade financeira para subsidiar sozinha este projecto”. Contactado pelo REGIÃO, Cândido Ferreira, director da companhia residente do Teatro Chaby Pinheiro, admitiu que “não estou admirado com esta resolução já que a companhia nunca funcionaria só com os subsídios da autarquia da Nazaré”. Cândido Ferreira confessou, no entanto, que “tomando esta decisão, a Câmara acabou por cumprir a sua parte no acordo”, sublinhando que “o que falhou para que este projecto tivesse pernas, foram os apoios estatais que não chegaram”. Adiantado que “tal como eu, os outros dois actores da companhia já não estão dependentes da companhia, e nem sequer estão na Nazaré”, o director da companhia acredita que “cerca de dois anos é muito pouco para se ter resultados mas a verdade é que a comunidade também não se mostrou muito participativa”. Em relação aos apoios estatais que a companhia não recebeu, Cândido Ferreira admitiu que “o nosso projecto não foi aprovado porque era um projecto muito mais ambicioso que ultrapassava um mero espectáculo”. O actor confessou que o fracasso deste projecto se deveu, na sua maioria, “à falta de vontade dos poderes públicos estatais para que a Nazaré tivesse teatro, cultura”. José Carlos Codinha, presidente da Associação de Defesa da Nazaré (ADN), entidade subscritora no protocolo, recusou-se a fazer qualquer tipo de comentário à situação já que “haverá uma reunião entre as três entidades, Câmara Municipal, Confraria da Nossa Senhora da Nazaré (CNSN) e ADN com o director da companhia onde o assunto será discutido”. Por sua vez, Abílio Santiado, presidente da CNSN, disse ao REGIÃO que “a Confraria não tem que ter qualquer tipo de posição já que a Câmara Municipal era a entidade que financiava a companhia”, referindo que “o único apoio que a Confraria dava à companhia era a cedência do espaço, as refeições e o alojamento”. Objectivos falhadosA companhia, encabeçada pelos actores Cândido Ferreira e Antónia Terrinha, tinha como objectivos iniciais a produção de três peças por ano (uma delas dirigida ao público infantil e juvenil), o apoio aos dois grupos de teatro amador existentes no concelho da Nazaré, a realização de pequenos espectáculos itinerantes para escolas e outras entidades da sociedade civil e a promoção de acções formativas na área do teatro. Para além disto, haviam ainda estava ainda projectada uma a dinamização de projectos específicos de teatro junto de instituições de solidariedade social, a realização de digressões pelos concelhos vizinhos e organização de um festival de teatro de grande dimensão. Tudo com o objectivo de “extravasar o Teatro Chaby Pinheiro para a comunidade e para a região”, como dizia o presidente da Câmara Municipal da Nazaré em 21 de Novembro de 2003, no dia da apresentação da candidatura vencedora do concurso para a instalação de uma companhia no Chaby Pinheiro.
0 Comentários