Viaturas dos pescadores desportivos apareceram com as pinturas riscadas junto ao Forte de São Miguel no SítioVandalizados sete carros de pescadores desportivos no Sítio da NazaréAlguns pescadores à linha frequentadores do promontório junto ao forte de São Miguel viram os carros riscados e não calam a revoltaAntónio Paulo “Não há qualquer razão para nos terem riscado a pintura dos carros!”. O lamento pertence a Artur Duarte, pescador desportivo à linha que cerca das 3 horas da madrugada de domingo de Páscoa, que após cerca uma hora de pescaria do cimo do promontório e ao regressar ao seu todo o terreno, estacionado junto ao Forte de São Miguel, no Sítio, deparou com a pintura da viatura riscada com objecto pontiagudo.
“ A reparação dos estragos, já orçamentados, apontam para um montante próximo dos 1250 euros”, revela o pescador, residente em Pataias, que não esconde a revolta “por um comportamento absurdo e incompreensível por parte de alguém, que pelas indicações disponíveis, aparenta querer amedrontar e intimidar quem procura esta zona para pescar”. “Mas a mim, seja lá quem for, não me mete medo e hei-de continuar a pescar naquele local como o faço há anos”, sublinha Artur Duarte, argumentando que “o mar não tem donos”, mas confessando que vai voltar aquele pesqueiro “com o receio, de que se os vândalos insistirem nestes comportamentos, possam vir a suceder situações muito desagradáveis e de consequências imprevisíveis, quer para os autores, quer para os lesados que se os apanharem em flagrante, naturalmente não deixarão de reagir”.Nessa mesma noite, Artur Nunes apresentou uma participação contra desconhecidos junto da PSP da Nazaré, não tendo sido até ao momento identificados os autores dos estragos, ainda que prossigam as investigações. “Todos os pescadores que tenham sofrido danos nas suas viaturas devem apresentar participar às autoridades, para se perceba que está criada uma situação de contornos complicados e de consequências imprevisíveis, e a exigir prevenção e repressão”, apela Artur Duarte, sustentando que “esta situação não é boa para uma terra de turismo como a Nazaré, que tem algumas actividades relacionadas com a pesca desportiva à linha, que não deixarão ser afectadas se persistirem este tipo de comportamentos”.“Donos da costa e do mar”Da mesma revolta partilha Artur Nunes, residente em Alcobaça, e frequentador dos pesqueiros nazarenos há cerca de trinta anos, que também viu a pintura da sua viatura riscada no capôt e guardas lamas da frente, estragos que vão fazê-lo desembolsar “cerca de 1000 euros”. O carro de Artur Nunes foi alvo de vandalismo na madrugada de sábado para domingo de Páscoa, e tal como o seu colega de Pataias, sustenta que “apesar de não podermos apontar os vândalos a dedo, existam dados que nos permitem concluir que estas acções terão por objectivo tentar afugentar daqui os pescadores à linha, estranhos a esta zona do Sítio, porque há gente que entende que os de fora lhes vêm aqui roubar o peixe, e porque se consideram donos desta faixa de costa e frente de mar”. “Isto não faz qualquer sentido, e se já não é a primeira vez que noutras zonas da costa da Nazaré sucedem actos deste tipo e até assaltos, mas desta vez e com esta dimensão, tudo terá tido origem próxima num alegado desagrado causado pelo facto de nas vésperas, um grupo de pescadores da zona da Coimbra e Figueira da Foz, terem estado a pescar naquele local, retirando muito peixe, sobretudo robalo”, sublinha Artur Nunes. Mas o pescador adianta que “nem mesmo os carros de alguns pescadores naturais e residentes na Nazaré, neste caso na praia, escaparam aos vândalos”, acrescentando que “na noite de segunda para terça-feira a seguir ao domingo de Páscoa, que eu tenha tido conhecimento, foram em número de cinco, as viaturas que foram riscadas, algumas delas pertencentes, por exemplo a colegas pescadores da zona da Marinha Grande”.O REGIÃO contactou um dos pescadores nazarenos, que sob o anonimato, para além de confirmar os danos causados ao seu carro, limitou-se a sublinhar que “se eu souber quem foi o tipo ou tipos que me riscaram o carro, garanto a conversa não se fica pelas palavras ou por queixas às autoridades”. Também num estabelecimento de comercialização de artigos de pesca da Nazaré, o REGIÃO apurou que incidentes desta natureza, assim como assaltos a viaturas, são frequentemente comentados nas conversas dos pescadores desportivos.
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